sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

CVV, parte final


E desligou preocupada. A colega ao lado percebeu a perturbação e emendou:
- Ele de novo?
- Droga, sim. Pior que estou com medo, acho que dessa vez não consegui ludibriá-lo.
- Ninguém ameaça 4 vezes, você sabe, quem realmente é suicida a mão é única e direta, não traz bifurcações.
- Deus te ouça, mas sei não...

No dia seguinte...
- CVV, boa noite.
- Primeira bala, primeiro dia que você não foi!

Bang.

- Amigo?!!!
- Segunda bala, segundo dia que você não foi!

Bang.

- Por favor, amigo, me escute, por favor!!!
- Terceira bala, terceiro dia que você não foi!

Bang.

- Meu Deus, por favor!!!
- Quarta bala, quarto dia que você não foi!

Bang.
 
- Amigo!!!
- A quinta bala será minha!!!
- Eu vou! Eu vou! Eu vou!
- Não minta pra mim, heroína!
- Eu vou! Amanhã, por favor, não faça isso! Eu vou!!!
- Mesmo?
- Sim, sim, sim! Por favor, mas não se mate! Por favor!
- Você diz que vale a pena viver, esse foi o tempero da minha vida! Mesmo...
- Mesmo horário e local! Sim, confie em mim!
- Promete?!
- Prometo! Estarei lá!
 - Nunca sorri o sorriso de hoje, até amanhã, minha heroína!

Desligou e a colega ao lado interveio bruscamente, quis ir junto ou no lugar dela, mas a heroína preferiu asusmir tudo sozinha.

No dia seguinte...

- E aí? Como foi? Quem é ele? Como ele é?
- Ele não foi.
- Como??? Não foi??? Eu disse a você! Eu disse! No mínimo ficou com medo, ficou com tanto medo de poder realizar o que sempre desejou, que a simples possibilidade de acontecer o travou.
- Ou talvez tenha usado a quinta bala na cabeça... CVV, boa noite.
- …
 - CVV, boa noite.
- …
- CVV…

            Bang.

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