segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

MISERÁVEIS OS QUE NÃO VIREM

Minha intenção era a de diversão, mas para o bom-senso, quis o destino que DURO DE MATAR 5, em 4D, estivesse lotado e abocanhei OS MISERÁVEIS na sessão das 22h.

Quando soube que 4D é uma mescla de 3D com a interação de uma poltrona giratória, efeitos que passam pelas suas orelhas e águas esguichadas em seu rosto, decidi experimentar a sensação, que ficou postergada para um outro dia.

Confesso que ouvi críticas ruins a respeito do filme, um musical filmado deve ter o charme do teatro e a magia do cinema. E OS MISERÁVEIS começaram a ganhar meu sorriso na primeira cena, colossal. Look down, look down...

Escravos que puxavam um navio gigantesco, entoando uma melodia lamuriosa e sôfrega tornavam-se maiores que qualquer arquitetura já produzida. Escutar um Hugh Jackman sem as garras nem arranhando a canção empolgam a todo instante.

O honesto Russel Crowe, quase afinado, mas sincero como Javert conseguem prendê-lo durante as quase 3 horas de projeção.

Não bastam os figurinos serem estupendos, não basta a direção ser envolvente, não bastam as tomadas de câmeras empolgarem, a tudo isso se mescla o talento do musical e as letras, cujas rimas desenrolam mais do que esperanças, mostram que o alívio, ainda que tardio, é uma consequência.

Confesso que tive vontade de aplaudir em vários momentos, principalmente quando Anne Hathaway entoa I DREAMED A DREAM de modo tão dolorido, tão sentido, que a vontade de abraçá-la é quase que insuportável.

E por que não também não aplaudir Sacha Baron Cohen num Borat sem bigode e ainda assim talentoso.

Mas as crianças, dourados na aura, no talento e nos cabelos, adoçam um longa espetacular.

Há tempos um filme não me emocionava tanto, não sei se são os dias que tenho vivido ou as esperanças que tenho nutrido, escrevi uma vez e ratifico, miseráveis são que não virem o filme.

Esse texto foi escrito antes da premiação de hoje à noite, com certeza, você, que me lê, deve saber quantas estatuetas OS MISERÁVEIS levaram, porém é fato que foram menos do que mereciam.

Quanto ao 4D, por que não aparecer no filme do iluminado Tom Hooper? Levaria os cabelos de Fantine comigo, velaria o sono de Cosette e, claro, passearia feliz pelas ruas de Paris.

2 comentários:

  1. Há "males" que vêm para o bem e o que é bom pode sempre melhorar, e melhorou! :)

    ResponderExcluir