sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

MARCOS VINÍCIUS E A MONGA

Sabe-se lá por que diabos você vai a uma padaria em São Bernardo do Campo, talvez fosse porque um amigo precisasse desabafar e não encontrou uma padaria ideal em Santo André.

O que é real mesmo é ter encontrado o Marcos Vinícius, professor, empresário, blogueiro, baterista e estagiário de Steve Harris para uma tarde regada a café e pães, bastantes pães.

Desabafos e análises em dia, um terceiro elemento chamado acaso uniu o município à infância dos dois: CIDADE DA CRIANÇA.

Um olhou ao outro e sorriram, gargalharam e disseram “por que não?”.

E 30 anos reaparecem na vida deles. Ficaram parados em frente ao local. Eu fiquei estarrecido, emocionado, porque um dia aquilo esteve em meus sonhos e foi real.

Abrindo um túnel do tempo, volto em 1982, quando, numa excursão pelo colégio, na falta do Playcenter, a Cidade da Criança servia de um genérico muito competente, tal qual a Pepsi para a Coca-Cola.

Ganhamos uma cartela que valia passagens para todos os brinquedos e aquilo era como uma abelha numa floreira. Uma das lembranças mais lindas da minha vida, da minha infância.

O Vini é que me incentivou a entrar e assim fomos. Como queríamos apenas ver o parque, não pagamos a entrada. E, amigos, foi uma visão... Decepcionante. Se a decadência tem um rosto, ela estava lá.

Porém, o mais interessante, é que os dois nos divertimos e rindo de como aquela simplicidade toda foi, um dia, nosso sonho. Percebemos que sonhos também têm data de validade e que ficam pelo caminho como pessoas, como pegadas.

A pequena montanha russa, que mais parecia um metrô menos seguro, o carrossel vazio, até os cavalinhos estavam deprimidos. Um domingo cinza, mas que trazia a algumas crianças, que corriam por ali e gargalhavam os sonhos que um dia também não lhes servirão mais.

Mas antes de irmos embora, o Vini me convidou a investigar se ainda existia o show da Monga, a mulher que se transformava em macaca. Surpresa, havia e a próxima sessão começaria em 15 minutos.

Um grupo de 3 ou 4 pessoas estava na entrada. Não eram espectadores, senão os produtores do evento. Chegamos perto e percebemos que, de tão decadente, a macaca – já transformada, de chinelo e regata (coisas que atraem o Vini ao nojo)  – esperava do lado de fora. Sabiam que não haveria sessão.

Vinícius chegou perto e perguntou à Monga: “Quem é que faz a macaca antes de se transformar?”

A própria Monga respondeu: “eu mesma uso a fantasia da macaca” – pois é, jurávamos que ela estava fantasiada já, mas não, em silêncio, soubemos que ainda o show não havia acabado, porque nem havia começado. Bizarro...

 

6 comentários:

  1. Viajei no tempo com essa história... Ah, a Cidade da Criança... Adorei!

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    1. Sim, Lu, um dia ela esteve nos sonhos de quem hoje tem, no mínimo, 30 anos! Obrigado pela força!

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  2. Confesso que não morro de saudades da minha infância, mas que a piscina da casa da minha mãe parecia bem maior, isso parecia!

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  3. E aquele dia cinza ficou cinza chumbo depois desse evento hein Dria? De tão ruim acho que ficou bom ver a Cidade da Criança.
    Bjão

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    1. Isso, mano! Mas a sua cara ao ver a Monga foi inesquecível, um tom de cinza a mais que os 50 existentes! - rs

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