E
desgraçadamente, eles sempre estão presentes. E como qualquer hora sempre seria
inapropriada, naquela tarde, o tio apareceu de surpresa, deixando o casal com
aquela cara de cu.
Todos
conhecem o tipo, só falam em primeira pessoa, contam aquelas piadas dos anos 70,
usam sandália de couro e uma pochete na cintura. Repetitivo, papo enfadonho,
troca os nomes, sempre está certo, ama empregadas, mexe no saco quando vê as
amigas da sobrinha, um ser de classe.
O
holocausto estava presente. Suor frio, e aquela voz rouca, entrecortada pelos
catarros que faziam conexão do nariz ao estômago. A mania de coçar a virilha
por dentro da calça. Diziam que sempre havia um bolso falso pra isso.
Foi
quando comentava que havia enfrentado três soldados durante a ditatura, que o
Gorgonzola, o bulldog deles, mais enfadado ainda, resolve traduzir o que o
velho realmente era. Levantou-se, foi até perto dele, ouviu um carinhoso “saco
de pulgas”, levantou a perna e regou as frieiras do velho.
A
gargalhada foi inevitável. Anos aguentando o tio asqueroso, a quem odiou, desde
que ele levantou o menino pela cueca, assando-o por completo. Anos se passaram
e ainda gargalhava enquanto o velho saía de lá.
Se
alguém ainda acha que os cães são irracionais, nunca acreditará no que eles
fazem por uma picanha grossa e tenra como aquela.
Muito bom! Preciso de um bulldog como esse! - rs
ResponderExcluirPorém, fiquei preocupada com a qualificação negativa para a troca de nomes, pois nisso sou mestra! - rs Será que serei a tia chata? Medo!
Lu, acho que, como vc adora cães, a probabilidade de um te dar um "cala boca", tal qual o Gorgonzola, é muito pequena!
ResponderExcluirObrigado pelo apoio!