segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O DIA QUE ESCUTEI MINHA MADRINHA

Existem incentivos que nos vêm de formas esquisitas. E este não poderia ser diferente. Tinha 13 anos e - durante as festas de Natal - estávamos em Rio Claro, interior de São Paulo.

Em uma conversa com minha madrinha, professora dedicada do SESI, soltei um “4 anel”. E ela, sem a intenção, mas em alto e bom tom, corrigiu-me: “4 anéis”. A gargalhada foi geral, de burro a asno, irmãos e primos me colocaram no banco dos réus.

Engoli sem Coca nem nada.

Formei-me em Letras, 12 anos depois. Estava no trabalho, quando o telefone da minha mesa toca: minha madrinha pedindo uma ajuda em gramática. E de repente voltava há anos trevosos. O sabor era doce, delicioso.

Pedi que repetisse a pergunta, fazendo-me de surdo. Ela repetiu, e o sabor ficou ainda mais melado. “ A senhora não sabe por quanto tempo esperei por isso”. E ela “Por quê?”. Expliquei o motivo, triunfante.

- Filho, você deveria me agradecer, graças a mim que você não deu mais vexames como aquele!

TUDUNTSSSSSSSSS!

Cazzo, faz 14 anos que estou esperando pelo meu telefone tocar de novo!

2 comentários:

  1. Como diria o nobre e inesquecível filósofo, Seu Madruga: "A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena". =)
    Ótimo texto!

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    1. Mestre, quem disse que me envenenou??? Quem disse que me envenenou??? - rssss

      SMEAGOL vai encontrar a madrinha do mestre!!!

      Obrigado mais uma vez pelo apoio!

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