terça-feira, 11 de setembro de 2012

O OFICIAL DE AZUL

Uma trilha. Um menino de cabelos lisos, duas pernas, um par de olhos e muitas perguntas. Mas perguntas nascem diante de estímulos. Um carrinho quebrado pode ser um estímulo. O que farei com ele? Como nada havia por lá, ele decidiu recolhê-lo.

Encontrou 3 papéis de bombons no chão, percebeu pelas cores, pois somente os bombons poderiam ter aquelas cores. Largou o carrinho quebrado  e pegou os três, na esperança de que os bombons fossem pássaros e que os celofanes coloridos, os ninhos deles.

E ainda que os doces não possuíssem asas, nunca se sabe quando os bombons podem voar e voltar. E ele seguiu e encontrou um guarda bigodudo, que apontou para o carrinho no chão: “Não consigo carregar tudo! Além do mais, se houvesse bombons aqui e eles voassem, eu teria de largar o carro do mesmo jeito, para não deixá-los sumir!”.

Sorriu para o oficial, que devolveu o gracejo, o menino ofereceu os papéis a ele. E surpreso ficou quando o garoto abraçou-o e o beijou na bochecha.

O oficial de azul? Bem, ele despejou um quebra-cabeça ao lado do carro quebrado; mais adiante, colocou três pimentas pelo caminho e, mais adiante ainda, despejou um punhado de terra. E seguiu para o caminho contrário de onde estava.

E por lá ficaria até encontrar com o menino novamente. Por quê? Ora, porque haveria de nascer mais um dia. E porque todo dia é dia de aprender.

 

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