
Ambos
tinham seus compromissos. Não vamos precisar o momento exato que se olharam,
mas cabe aqui registrar que um estalo aconteceu. Aquela sensação de
adolescência estava de volta.
Encontravam-se
furtivamente por bares e lugares mil para falar de tudo, desde Camus até o
nada. Ou apenas como um protocolo delicioso, uma obrigação que se impuseram
para fugirem de tudo, que se transformava agora em mesmice.
Contavam
as horas dos fins de semana para se reverem. Perceberam que os parceiros
estavam menos presentes nas conversas. O inevitável estava pra acontecer. Mas
ela - sempre as mulheres, mais maduras e sensatas – ela preferiu ficar com um
talvez colorido. Ambos acabaram amargando uma certeza em cinza.
Separaram-se.
A vida os colocava cada vez mais perto, cada vez mais distantes. Anos se
passaram e num email inocente, tudo reacendeu. Trocas, promessas.
Combinaram
um encontro. Coração acelerado. Chegaram quase juntos. Abraçaram-se, ficaram
assim por minutos. Assim que sentaram, cada qual via uma aliança nas mãos. A
chama se apaga. O encontro fica morno e os sonhos realmente eram só sonhos.
Despediram-se.
Ele chegou só, e recolocou a aliança na caixa, onde estava desde a separação,
há 3 anos. E ela foi até a casa de uma amiga. Tocou a campainha e só teve tempo de devolver-lhe a aliança, entrar na padaria e chorar com um capuccino e um pão de queijo intocados.
Toda vez que eu leio este texto, sinto um vazio...
ResponderExcluirAna, e que ele o preencha em algum momento em sua vida!
ResponderExcluirQualquer semelhança é mera coincidência.
ResponderExcluirPois é, 1 em cada 1 indivíduo desse mundo sabe o que é isso!
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