
- Direi a vós o sermão?! - pensou - Não posso começar com essa frase, preciso de
algo com mais impacto! Definitivo!
Enquanto matutava, os
fariseus pediam:
- Tem peixe?! Tem peixe?!
Introspectivo e tenso, o
Nazareno tentava encontrar a frase certa para dar a boa-nova daquele dia.
- Tem peixe?! Tem peixe?! –
urravam os fariseus.
E o Ungido teve uma brilhante
ideia. Elevado e único, até português sabia, decidiu trocar os complementos
verbais por pronomes.
- Tiro esse “a vós”e coloco “vos”. Substituo “o sermão” por “o”: Direi-vos-o?! - odiou - Corto
esse “s” de “vos”e junto com esse
pronome, o “o” se torna “lo”! Direi-vo-lo?! - a equação se resolveria.
E foi então que aconteceu. Uma
luz divina atingiu o Profeta em cheio. Seus olhos se arregalaram maravilhados.
E tomado por uma energia contagiante, parou no topo da montanha, abriu os
braços e berrou aos barulhentos:
- Antas fariseias! – tudo bem se Ele não disse, mas pensou, e
finalizou:
- DIR-VO-LO-EI! – numa mesóclise
perfeita, num português que poucos saberiam usar.
E o silêncio se fez.
A comoção dominou a cena.
Fariseus boquiabertos. A bênção do dia começaria a ser dada, mas sem antes um
mirrado fariseu levantar a mão no fundo da multidão e perguntar:
- Tem peixe?
Eu quero meu Peixe!!!
ResponderExcluirBense, você já tem um cardume inteiro! - rs
ExcluirImaginei a voz do mirrado fariseu, uma vozinha fininha, bem lá longe e humilde, como se tivesse vindo do mais profundo meio do mato (ou do literalmente Cafundó do Judas).
ResponderExcluirExcelente!
E claro que Cristo ficaria mais gigantesco com sua voz de Deus!
ExcluirObrigado pelas palavras, mestre Cinzento!
Ler este artigo foi demais, mas presenciar a dramatização do Paciello não tem preço, ainda que através de videoaula, ...kkk
ResponderExcluirConcordo Rodrigo! Foi incrível!
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