Namorado
novo na casa da menina. Primeiro dos muitos almoços juntos. Ela o pai, a mãe, o
cão e o rapaz. Não se pode errar muito no cardápio, porém arriscar com bife de
fígado é aventura demais.
Pois
é, o rapaz odiava a iguaria. E a mãe dela a fez a cântaros. Queria sumir de lá,
quando o viu no prato. Não haveria outra saída se não quisesse ser rude. Cortou
em pedaços gigantescos e o colou abaixo à base de muita limonada.
Em
três pedaços, o bife havia sumido e pôde se dedicar ao arroz e à salada. Assim
que viu que a carne tinha acabado, a sogra não titubeou e sapecou outra no
prato dele.
Não
teria condições de engolir outra vez aquilo. Começou a se dedicar a tudo,
conversas, o suco, até às salsinhas. Até que aos poucos todos foram terminando.
Mas o bife continuava lá.

A
carne bateu no vidro e caiu no chão.
Todos
se assustaram com o barulho e mais ainda com o que viram. Ele até se justificou,
falando que o cachorro o mordera, e ele - enquanto cortava - se assustou e teve
essa ação involuntária.
Não fosse pelo ronco do cachorro, seria uma história convincente. Adoraria parabeinzar quem limpou o vidro, mas a vergonha alheia me impede de seguir a partir de agora.
Essa realmente foi uma situação para esta palavra italiana que cresci ouvindo na minha casa, e que só fui entender o que significava bem mais tarde. Muito bom, Dria! Eu não sei o que faria, pois também não consigo chegar perto da iguaria.
ResponderExcluirLu, acho que a melhor solução teria sido a janela mesmo, porque quem tem o "bom senso" de fazer bife de fígado a uma pessoa que não conhece?
ResponderExcluirObrigado pelo apoio, Lu!