
Não
podia ser. E justamente agora, no momento em que mais precisava de apoio?
Separação, insatisfação profissional e mais isso: “Um tumor?! Inoperável?!
Poucos meses de vida?!”
Ele gargalhou esperando que o amigo o acompanhasse, mas o tom soturno apagou qualquer possibilidade de imitá-lo. Pediu um conselho e ouviu: “Viva!”
A
vontade era de se matar quando saiu do consultório. Não conseguia norte, mas
parou num bar e virou uma garrafa inteira de tequila, com todos os limões possíveis.
Tinha apenas 45 anos. “Viva”.
Conseguiu ser demitido, 20 anos de empresa renderam a ele mais de 500 mil reais. Juntou com a
poupança. Viajou para Nova Iorque, museus, Broadway, uma tatuagem com Ami James,
frituras e bebidas. Apaixonou-se por uma italiana.
Viajou
com ela até Petra. Andou de camelo. Conheceu os pais dela em Milão. Deixou-a lá
com a promessa de voltar. Paris. Esperou horas para constatar que a Monalisa
tinha um tamanho pequeno demias pela grandeza. Comprou uma prostituta em Amsterdã.
Quase foi espancado por mostrar as pernas no Egito.
Amou
o Marrocos. Tirou uma foto ao lado da Mafalda em Palermo, Buenos Aires e estava
pronto pra morrer assim que voltou, seis meses depois. Desembarcou e foi direto
fazer um check up com o amigo, que o monitorou por quase 180 dias a distância.
Quando
entrou, sentiu uma vontade enorme de chorar, porque morreria feliz agora. O
doutor sorriu de volta, pegou o jornal e deu a ele, dizendo:
-
Amanhã cedo, abra nos classificados de empregos, não há tumor que resista a uma
mentira.
Catarina,
a milanesa, chegou no mês seguinte, e concordou que a nossa pizza é melhor que
a deles.
Adorei essa história! ;)
ResponderExcluirDri, então você deve adorar a pizza também, né?
ResponderExcluirAmo pizza! rs
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