Dentre muitas histórias antagônicas, uma se destaca. Em 1983, eu já amava rock’n’roll, devorava as revistas que meu irmão mais velho comprava e gastava as fitas K7 dele. Ídolos do metal ilustravam meus cadernos, fato: Marcelo Paciello era meu ídolo.
E meu gosto musical sendo desenvolvido, começava também a tentar seguir outros passos. E confesso, quando vi Michael Jackson fazendo o Moonwalker, quase pirei. Ver aquele cara deslizando de maneira fenomenal não cabia com guitarras, mas em Billie Jean, era quase como um Iron Maiden da dança.
O andar de cima do sobrado onde morava era de taco. Minha mãe costumava encerá-lo e depois de uma demão de cera. Não titubiei, calcei meias brancas e tentei deslizar como aquele cara de luvas e aura brilhantes.
E deveria ter tentado por 5 minutos, porque quando olhei pra frente, estava o primogênito, com aqueles olhos azuis esbugalhados, vertendo sangue e me condenando ao inferno:
- Playboy! Não ouse mais falar de rock, você não merece escutar mais o som dos deuses!
Tomei muitas surras dele, mas essa foi a pior. Humilhado, julgado e morto. Qualquer murro é doloroso, porém com aquelas palavras fui a nocaute.
O que isso tem a ver com a bipolaridade? 26 anos depois, num show da Long Play Rock, Marcelo incentivou a banda a fazer uma homenagem ao rei do pop, morto há 2 meses. Billie Jean saiu da minha garganta. Dos meus pés não, porque se tentasse uma segunda dança, minha banda hoje teria outro vocalista.
E depois ele se rendeu ao Rei do Pop, não é Dria? Quem diria!
ResponderExcluirLu, ainda vou vê-lo fazendo o Moonwalker! - rs
ExcluirEssa é boa, Dria, e poderia ser em público, né, tipo no palco. Que tal?
ExcluirLu, seria ótimo, Lemmy dançando Michael Jackson! - rs
Excluircom o perdão do trocadilho, na próxima vc dança, ok?
ExcluirCombinado, keyboard man!
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