quarta-feira, 8 de maio de 2013

A COZINHA MARAVILHOSA DE STEPHANIE POWERS

Stephanie Powers
Uma das boas coisas dos anos 70-80 eram, às vezes, as poucas opções que havia na TV aberta. Não consigo me lembrar quando foi a última vez que assisti a um programa com mais de 3 pessoas num mesmo recinto. Mas, quando criança, e olha que éramos um trio, os 5 de casa costumavam se reunir em volta do brilho azul do aparelho.

Normal meu pai ficar louco pedindo silêncio durante os noticiários, que eram vistos na Globo e na Cultura. Comum os 4 pedirem silêncio ao meu pai quando o CASAL 20 estava no ar. Ah, Stephanie Powers, minha primeira paixão. Tinha apenas 9 anos, não tinha a menor ideia do que fazer com ela, mas eu a amava profundamente.

Por meses quis ser Jonathan Heart e me casar com Jennifer Heart... (suspiro).

Normal também os 4 machos da casa quase matarem a minha mãe durante as transmissões de jogos do Palmeiras. O insuportável “não, não, não” durante o ataque do time adversário era de deixar qualquer um louco.

Abro um parênteses aqui – até hoje, em 2013, minha mãe é prova viva de minha evolução na Terra, assistir a um jogo com ela é de se desenvolver úlceras e demais calafrios...

Mas o trunfo dela era quando faltando dois minutos para acabar, com o time numa desclassificação iminente, ela dizer ao vazio: “Eliminado outra vez, alguém quer pipoca?”. Juro que numa dessas vezes vi o meu irmão Marcelo pegar uma faca... Ou sonhei?

E quando não eram os noticiários, quando não eram os jogos ou aquela delícia da Stephanie Powers, Havaí uma coisa que unia os irmãos e minha mãe, a COZINHA MARAVILHOSA DE OFÉLIA, passava todos os fins de manhãs na rede Bandeirantes.

Lembro que, como numa final de Copa do Mundo, e na cozinha – sugestivo e coerente lugar, ficávamos os 4 vendo as receitas únicas daquela mulher. O meu gêmeo sempre anotava as dicas e eu e o meu mais velho praticamente lambíamos o televisor.

Fato comprovado uma vez, quando meu tio Orlando, ao entrar numa visita atípica em plena terça-feira, às 11h30 de um dia de férias escolares, dizer “oi” e receber o silêncio de todos.

Ofélia era uma senhora simpaticíssima, elegante e trazia receitas mais interessantes ainda. E como minha mãe é um Nobel de culinária, posso garantir que o sabor da comida das duas era colossal. E até hoje minha mãe, quando elabora um cardápio fantástico, e isso ela o faz com frequência, sempre evoca a grã-mestre do canal 13 de anos atrás.

Antes mesmo de saber o que fazer com a maravilhosa Stephanie Powers, eu sabia o que fazer com as maravilhas que saíam da cozinha de Ofélia. E, confesso: por anos, como aprendi a ser glutão com Ofélia, Stephanie poderia ter sido uma professora e tanto...

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