quinta-feira, 6 de junho de 2013

UM SIM AO BOM FALAR

É muito comum para nós brasileiros aprendermos algo para benefício próprio, para algum lucro financeiro. Infelizmente, não temos a ótima mania de nos beneficiarmos pelo menos pelo lado cultural. E isso se reflete até mesmo nas salas de aula. Desde pequenos, aprendemos mais a perguntar: onde, quando e por que vou usar isso?

Antes mesmo de imaginarmos o quanto de ganho tal conhecimento pode causar a nós, para o desenvolvimento de nosso intelecto, que podemos ter um raciocínio melhor na resolução de problemas, tanto os das ciências exatas como os da vida e os das letras. Sim. E é aqui que gostaria de ressaltar. A maioria, para não falar todos os que não estão envolvidos diretamente com o idioma, digo isso, excluindo professores e profissionais que estão envolvidos DIRETAMENTE com o idioma, creem não ser a gramática uma ciência.

Não convém entrar no detalhe-clichê da ineficácia do ensino de nossa língua, mesmo porque não é de hoje, é de sempre. Aprendemos língua portuguesa como uma espécie de memorização. E seria louco se falasse que esta não existe, pois em todos os assuntos do mundo, ela aparece de uma forma ou outra. O pior é quando a memorização permeia todo o ensinamento de nossa gramática. Nos meus 15 anos de experiência como professor e amante do idioma mais lindo do mundo, vejo a realidade das pessoas, a dificuldade delas no aprendizado.

É comum eu ver o olhar de terror e até de certa repulsa pelas aulas de gramática. Não estou levantando a bandeira ufanista de que todos devemos amar a gramática, seria utopia demais de minha parte. Porém há que ressaltar sobre a qualidade das aulas e de como se pode tirar proveito delas. Explico. A língua portuguesa é aplicável no dia a dia. Pensamos em português, falamos em português, lemos em português. Não falo das nomenclaturas, falo dos exemplos práticos.

Muitos alunos encaram a língua portuguesa tal qual um rio quando vê uma pedra, desviam do curso natural! Se é difícil, desistem, exercitar o cérebro para muitos é ruim, dá trabalho. E então vemos mais uma vez: se me for útil, valoroso financeiramente, eu encaro! Se realmente o aprendizado é importante, sendo para desenvolvimento mental, a bagagem cultural de quem realmente quer aprender algo sofre uma mudança nada sensível.

Por outro lado, absurdos na língua provocam um efeito catastrófico. Mesmo que uma pessoa tenha a ciência exata como formação, ela passou pelo português para entender as fórmulas, e ganha a vida falando português, também. Imaginemos uma pessoa pós-doutorada, numa palestra, uma pessoa conceituada; imaginemos que pela boca dela se escute qualquer aberração. Todos os anos de estudo caem. E essa importância que rogo a todos. Valorizar o próprio idioma é uma forma de se valorizar e valorizar o país em que vivemos.

O aprendizado do idioma também é uma forma de estimular o cérebro. Mesmo que eu não saiba por que o menas está errado, se souber que está errado já é um grande caminho. E antes de finalizar meu desabafo (risos), gostaria de ressaltar que o nosso idioma é lindo, está presente cada vez que abrimos a boca, escrevemos e pensamos com ele e se fizermos deste ser o primeiro grande domínio entre todos os outros que se deseja ter, todo aquele que saiba falar o português de modo correto terá nas palavras um aliado e tanto ao sucesso.

 

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