quinta-feira, 13 de junho de 2013

AUTOPROMOÇÃO

O principal objetivo quando comecei a ter um blog foi me divulgar para alguém que gostasse dos meus textos e quisesse me publicar. Depois de quase 300 textos, decidi colocar o início do meu único livro publicado. Se você se interessar por ele, chama-se GROSELHA & ROCK’N’ROLL e só é vendido no site da editora Protexto, de Curitiba: .www.protexto.com.br.

Rock’n’roll: a primeira influência em minha vida. A primeira namorada, o primeiro casamento, o primeiro e preferido filho. É uma troca de energia, de amor e fidelidade. Sentimentos estes repartidos aos moldes dos instrumentos que batizam tão sublimes toques.

Uma guitarra jamais esbofetearia o parceiro quando este deslizasse a mão pelas curvas sinuosas e lustradas de um corpo tão formoso; jamais a bateria clamará por silêncio, não são como os pais, programados para mandar abaixar o volume do som, nem como as rádios, que tocam o lixo passageiro da moda.

Está sempre lá, um psicólogo, um conselheiro, o único a entender que aquela calça que sua mãe jogara fora estava perfeita; o único que gosta das pontas enormes dos seus cabelos; o único a elogiar as sete camisas pretas semanais; o único a se encantar com o quarto cheio de pôsteres de homens e bandeiras da Inglaterra, enquanto outros escondem as paredes com musas de borracharias. Esse é o rock’n’roll, que cheira à rota sixty-six e tem a aparência do demônio, o mesmo demônio dos anos 50, ingênuo e de extremo bom gosto.

De extremo bom gosto, também, é o clã que invoca os hinos ao satã. De Beatles a Iron Maiden, de Rolling Stones a Black Sabbath, de Elvis Presley a Van Halen, não importa, todos são filhos de Lúcifer, bem como as roupas, os modos e até as opiniões, tudo repugnado pela sociedade que escuta o que a moda permite. Era isso o que eu sabia, era isso o que sempre escutamos.

Olhando agora, percebo ter participado de algo que poderia revolucionar o mundo, algo em que acreditávamos ser uma ideologia intransponível, na qual mortal algum poderia dar um basta definitivo às nossas ideias. Ainda me lembro de tudo o que nos envolveu, das pessoas que cruzaram o nosso caminho e das notas musicais que martelaram em nossos ouvidos; lembro bem das noites de sábado e das tardes de domingo e ainda posso escutar o pipocar dos discos a tremer o vidro fumê de minha casa e também os dos vizinhos.

Pensando bem, analisando friamente, sem qualquer tendência emocional ou paterna: valeu a pena! Faria tudo novamente, sem desfazer as burradas ou as inutilidades. Ainda me recordo dos amores e das mentiras, das aventuras, das tramas e do sabor do descompromisso com a vida. Um tempo em que aula significava tortura; fim-de-semana, a nona maravilha do mundo, depois do rock’n’roll, e família, uma desgraça, uma das pestes que não povoou o Egito.

Parece que estou sendo sugado pela memória e tudo é tão forte, tão presente, que sinto ser puxado para aquela época, para junto de todos eles, para anos passados; e agora, é o som da maturidade que rufa forte em minha vida...

...preferiria que fosse o rock’n’roll.

 

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