quinta-feira, 20 de junho de 2013

CAMILLE OUTRA VEZ!

Costumo postar dicas de bons filmes em meu perfil no Facebook. Em virtude dos acontecimentos que dominam o país e parte do continente, anteontem fui ao cinema, mas preferi nada falar sobre o longa francês a que assisti.

Achei que o coerente e o justo andariam juntos aqui. Coerente pelas manifestações e justo pela dica de uma ótima obra.

CAMILLE REDOUBLE é uma comédia refinada, de bom gosto e inteligente sobre uma mulher que, aos 40 anos, numa noite de 31 de dezembro, depois de se divorciar do grande amor de sua vida – juntos desde a adolescência – desmaia e se vê em 1985.

O sonho de muitos se realiza e se repete nas telas como um clichê doce e por que não idealizado. O mais interessante e inovador na história é que Noémie Lvovsky, excelente por sinal, reaparece naquele ambiente com o mesmo rosto, as mesmas rugas, mas é vista jovem por todos.

Mas interessante ainda são as melhores amigas, que também trazem as mesmas marcas. Refazer o passado, desviar do destino? Não.

Ela apenas começa a vivenciar os dias que antecederam a morte de sua mãe, que morreu no mesmo dia em que quase soube que seria avó.

As músicas, as roupas para quem vivenciou 1985, é um espetáculo delicioso. A magia fica em saber que, seja em qualquer parte do mundo, adolescentes são adolescentes, o ambiente entre eles também, a essência dos anos 80 se torna cada vez mais Cult e nostálgica.

Daí você pode me perguntar: o que diferencia esse longa de DE REPENTE 30, PEGGY SUE e BACK TO THE FUTURE, excelentes referências sobre o assunto? Sinceramente, nada e tudo.

Porque a visão da protagonista não é a de encontrar respostas, senão a de analisar tudo, inclusive o seu relacionamento.

As metáforas sobre decisões e incertezas são tão sutis e tão claras que o espectador chega a dar aquele sorriso de soslaio, como se, ao perceber isso, dividisse a mesma lição que Camille acabou de aprender e de passar.

Um filme delicioso para ser visto com blazer de ombreiras ao som delicioso de 99 LUFTBALLONS, de Nena e WALK ON SUNSHINE, de Katrina And The Waves.

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