
Sempre me
disseram que não seguia os padrões normais do mundo. Ora, será que Deus ao nos
dar a vida de presente deu-nos também os padrões que o ser humano deve seguir?!
As leis e as normas, bem como os idiomas foram criados pelo homem, e assim são
subcriações divinas.
Por muito
tempo pensei que eu estivesse errada, juro. Mesmo assim, não me sentia do
avesso, nunca me senti do avesso. Procurei nos livros coisas que faziam as
dúvidas escaparem de minhas mãos, como se o vento dissesse: Ah, deixa isso para
lá, que você já resolveu.
E eis o
óbvio! Porém, uma coisa que ainda não consegui entender, a vida. Muitas vezes
recheadas de óbvios não me deixo completamente lógica perante ela. A vida, para
mim, não se trata de um tratado, mas de uma experiência sempre me vem como uma
estação de fé, algo de uma promessa. Como se Deus nos colocasse a esperança
pendurada em uma vara, e o destino montasse em mim e me fizesse - com as
esporas dos dias - correr sempre atrás de algo que não pudesse alcançar. A vida
me vem assim. Uma estação de fé que nunca chega e sempre é vista.
É como quando
estamos num barco e sempre vemos ao longe um monte e sempre este monte nunca
chega, pode se mostrar em várias posições, mas nunca podemos pôr o pé nele. É
por isso que ponho o meu no chão e ganho estrada agora. Será que minha mãe
sentirá minha falta? Acho que não, o trânsito e o trabalho deixá-la-ão num
mundinho de mais um.
Acho que vai
chover mais tarde, ainda bem que não tenho medo de chuva, adoro caminhar e
chutar poças pelo caminho. Para onde vou? Nem sei. Deveria ter pegado mais alguns livros. Não sei se esse tal de Dostoievski é lá
entendível, talvez não o leia. Se não conseguir entender as primeiras linhas,
eu paro.
Que vergonha,
não conseguir entender as palavras do meu próprio idioma, isso é uma vergonha!
Ora, vou entender sim, está escrito em português, não é russo, é!? Ora, se o tradutor
entendeu, acho que nem é preciso saber
russo para entender a língua portuguesa, vou conseguir!
Posso muito
bem inventar um crime e eu mesma desvendar! Talvez seja assim que Deus deva
agir, Ele cria as pessoas, sabe que vão encontrar pelo caminho, arma um destino
doido para cada uma e, se no decorrer da situação, Deus for com a cara do
fulano, dá um brinde de felicidade para ele”.
E ela tinha apenas 15 anos, quando pensou isso, morreria horas
depois sem conhecer a própria estação de fé.
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