
Nem
a TPM chega perto de uma prisão de ventre. E parece que muitas têm uma
perpétua, um tormento que as acompanha desde a infância. Em vez de darem
panelinhas e pequenas cozinhas às meninas, deveriam dar laxantes já e
perpetuarem o pinico até à puberdade.
Talvez
as dançarinas do ventre usem isso não para seduzir os homens, senão o cocô. Sim,
o mundo desconhece um país do oriente médio famoso pelos purgantes. Se nosso
protagonista estivesse em qualquer país de lá, não teria passado pelo que vamos
ler.
Paixão
avassaladora, daquelas que o fogo gela perto dela, tão avassaladora que em
menos de um mês o colocava todas as noites e manhãs com ela. Primeiros dias,
tudo quente, forte, perfeito, mas algo corria diferente do normal. Quando
namoraram, quase um ritual o café da manhã. Eles trabalhavam próximos, entravam
no mesmo horário.
Entretanto
o horário dela pareceu ter mudado. Ela não mais saía junto ao marido. Sempre uma visita ao cliente, uma reunião em
outro; sinceramente algo não cheirava bem, aliás nada cheirava, nem cheiro. A
desconfiança do rapaz começava a perturbar a paz dos dois. A vergonha, um único
banheiro pareciam ser menores que um improvável amante.
E
como início de tudo sempre existem mais concessões do que tudo, ela cedeu e
passou a coincidir os horários. E tudo travava, nem control, alt del para a
coisa desandar. O motivo era simples, o intestino já não lhe era lá regular e a
presença do homem em sua casa fazia-a ficar mais ressequida ainda. Tudo só saía
quando ele saía na frente.
Concentração
demais para os caminhos fluírem, para que a natureza deixasse a gravidade
chamar, e ele atravancava o caminho, obstruía o percurso. Nada. Enfezada ao
extremo, mau-humor, sem sexo, sem beijos. Ela não dizia, mas 10 dias sem pintar
a porcelana punha tudo quase por água abaixo. Mamão, lacto-purga, Yakult,
Activia, tudo e nada. Até aparecer um chá: Plan 30. Um saquinho e batata, quer
dizer, privada. Ela tomou três. E o que poderia levar umas 24 horas para fazer
efeito, levou 6. 10 dias para sair em 5 minutos.
Ele
tinha de ir na frente, porque o Olodum tocaria forte naquela manhã. Uma
reunião? Uma visita. Cazzo, por que não a verdade: uma baita caganeira. A
vergonha era maior que as cólicas e os roncos intestinais. Mais pareciam uma
corrida de Stock Car a toda. E ela não queria e ele pedindo e ela peidando.
Sensação maravilhosa aquela, e todos sabemos que a flatulência é a profecia do
bolo fecal. E ele dizia presente
com força naquela manhã. Não havia como segurar.
Existem
momentos que a força cede e a natureza faz a coisa fluir. Ele abriu a porta do box
e antes que pudesse falar algo, viu uma mulher contorcida, só de calcinha
branca, comparada agora a um vulcão em erupção, como se as lavas que eram
expelidas não tivessem destino e escorressem pelas pernas bambas da mulher.
Sim, ele viu algo inédito, duplamente inédito, intimidade demais, algo
constrangedor. Ele que tanto esmerou a água da ducha quente percorrendo aquela
pele, via agora uma gosma e seus vários afluentes a correr pelas pernas da
mulher, que, morta de dor, alívio e de vergonha, urrava:
-
Suma daqui!
E
que cheiro era aquele? Dizem que o beijo é o termômetro de tudo, que o sexo é a
intimidade permitida, mas depois daquele dia, os lábios que já beijaram tudo
por ali não seriam mais capazes de fazer o mesmo caminho que as lavas
barrentas.
A
intimidade extrapolou os limites que qualquer pessoa poderia ultrapassar. Agora
ela precisaria de alguém inédito, porque dividir a cama com um bidê, não mais
estaria nos planos dela. E nesse relacionamento a semelhança entre a rapidez e
a disenteria, ambos rápidos e dando em merda.
isso é um convite a não morar sozinho ! ahhaha
ResponderExcluirE a ter dois banheiros em casa! - rs
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