sábado, 8 de dezembro de 2012

O DIA QUE OS PACIELLOS PEGARAM A ESTRADA PARA O INFERNO

Todas as bandas têm a sua história, o seu primeiro dia de sucesso, o exato momento em que a lua, o sol e as estrelas se alinharam e focaram as luzes em algo mais reluzente ainda.

Seria fantástico ver de perto tudo isso.

Longe, bem longe disso tudo, joguemos nossas atenções em São Paulo, mais precisamente no bairro do Tatuapé. 1992. O pessoal da rua Lopes Moreira costumava frequentar um bar cujo nome serviria de catapulta a qualquer estrela do rock’n’roll, Costelinha!

E foi lá que meu irmão e eu começamos nossa longeva carreira na música. Experientes em churrascos, festas e o que viesse, éramos atração das rodinhas de violão, com as famosas revistinhas de cifras há tempos.

Fosse em São Paulo, em Rio Claro, no Rio de Janeiro, nossa fama corria os quatro cantos entre os familiares e amigos. Era comum em cantinas, daquelas que havia um trio de músicos que iam de mesa em mesa, pedirmos uma só pra sacaneá-los. Meu irmão sempre dizia: “Posso tocar então?” E a festa acontecia.

Parênteses aqui, Marcelo sempre foi o animador. Confesso que deixava o cara empolgar todos pra depois entrar. Oportunista? Nada, sábio, ele sabia fazer isso como ninguém.

Crescemos num ambiente musical. Lembro-me de um dia, numa das várias sessões de rock, o violão rodar entre 5 ou 6 dos 15 que lá se encontravam.

E em 1992, descobríamos o Costelinha , como ponto de encontro. Até que numa sexta, apareceu um rapaz, com violão e um teclado. Aquele som ambiente, nada empolgante.

Em determinado momento, ele começa uma melodia semelhante à outra música. O cara de pau do meu irmão se levanta – acompanhando o ritmo -  e começa: “Alô, alô, W Brasil! Alô, alô, W Brasil! Jacarezinho! Avião!” O bar veio abaixo cantando a moda de Jorge Benjor. O músico sorriu e se empolgou e mais uma vez, o Marcelo conseguiu.

Não satisfeito, depois dos aplausos entusiasmados de todos, porque o bar estava aceso – o Paciello mais velho falou ao músico: “posso tocar?”. Pegou o violão e me chamou. Tínhamos um repertório pronto. Daí, os deuses do rock nos iluminaram. A casa veio abaixo.

Um de nossos amigos desceu voando para casa, pegar a câmera de vídeo. Quando vi, ele apareceu no meio do bar filmando tudo. Acabou registrando a nossa entrada triunfal e a parceria que segue unida até hoje, mais de vinte anos juntos. Uma noite gloriosa, que antevia todos os incontáveis shows que protagonizamos.

Naquela noite, bar lotado, público ao delírio. Um violão e um microfone fizeram a diferença. Naquela noite, Marcelo Paciello e Adriano Paciello pegavam a estrada para o inferno, para nunca mais voltar!

 

  

8 comentários:

  1. Excelentes recordações . Com certeza até hoje essa energia permanece viva e será eterna. Parabéns pela recordação.

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  2. Se fosse viabilizar essa sua energia, iluminaria uma cidade inteira! - rs

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  3. Dri, faltou vc postar o vídeo, fiquei curiosa! hehehe
    Sucesso sempre pra vcs!
    Bjs

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    1. Dri, e vc sabe que o vídeo, meu irmão gêmeo, querendo agradar à namorada, gravou um capítulo de MULHERES DE AREIA e apagou o registro histórico! - rs

      Obrigado pela força!

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    2. Hahahahaha...inacreditável! Nem parece seu gêmeo....rs (brincadeira!)

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