segunda-feira, 27 de novembro de 2017

DE PAI PRA FILHO

Roberval tinha um sonho, o de formar o filho médico. Queria-o doutor e faria qualquer coisa a isso. Conheceu o esquema de uma gangue, que, por 90 mil reais, conseguia resolver a prova, dando as alternativas ao candidato via ponto eletrônico. O pagamento foi feito em duas etapas, uma antes e outra depois de confirmada a aprovação.

Roberval Júnior se tornaria o primeiro médico da família. Quase dez anos depois, entre estudo e residência, o rapaz se formava clínico geral. Com a influência da família e do pai, conseguiu assumir uma posição de destaque na diretoria num hospital renomado da cidade. O investimento nos estudos deu certo. 

Aos 35 anos, Roberval Júnior conseguia quadruplicar os bens da família e dedicava ao pai o sucesso de sua carreira. Palmas aos envolvidos. Não se sabe o número de pacientes que o doutor atendeu, muito menos a quantia desviada dos recursos vindos à entidade. Sinal de que educação realmente veio de berço e que suas consequências não poderiam resultar em honrarias diferentes. 


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