sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A VIA DOLOROSA DAS COMPRAS

22 de dezembro, a 2 dias para a troca de presentes, a família decidiu comprar todos num dia só. As promoções, o tempo livre e principalmente a madrugada dos shoppings proporcionaram mais do que um dia de consumo, proporcionaram uma turnê de pacotes, caixas e paciência.

Pai, mãe, as filhas adolescentes e o primo embarcaram nessa. Deixaram a zona leste e rumaram à zona sul, com a certeza de um passeio lindo, repleto de entretenimento.

A contragosto, o pai aceitou o desafio e prometeu não reclamar. Tentou adiar ao máximo e, agora, não havia saída. Teste à prova já na via principal que liga o bairro ao centro. Sábado às 8h, era como segunda, às 7h. Primeira e segunda por uns 30 minutos quase. Carro sem ar e haja garrafinha d’água dos ambulantes.

2h30 depois, conseguiram entrar no estacionamento. E tal qual guepardos à procura da presa, ficaram os cinco à procura de vaga. 20 minutos e nada. Decidiram interpelar um casal na saída das lojas ao estacionamento e os escoltaram até a vaga.

Às 11h da manhã, conseguiram se infiltrar nas ruas infladas do local. Na lista 9 itens. Respiraram fundo e se dividiram, meninas e meninos.

4 itens a eles. Saem, entram numa loja lotada. Não são atendidos. Escapam para mais duas. Itens acabaram. Tamanhos se esgotam, cores mínguam, modelos somem. Fogem para outras duas lojas. Uma compra é feita, mesmo que tenha sido a terceira opção do presente, mas é feita. 2h depois, para pra almoçar.

5 itens a elas. Saem, brigam com duas mulheres que disputavam o último par de sapatos. Não conseguem êxito. Entram em outra loja, acham a vendedora gorda e sem classe, saem. Acotovelam-se para ver uma saia. A cor não agrada. O fúcsia e o violeta estavam mais para vinho, preferem o berinjela.

2h depois, sem compra alguma, param pra almoçar.

3 itens a eles. Loja cheia, vendedores pouco instruídos. Saem. Loja vazia. Todas as quartas opções de presentes estão lá, eles sorriem e levam tudo. Menos de 1h depois do almoço, compras feitas. O pai liga para a mãe. Vão demorar. Eles decidem ver O HOBBIT, cinema vazio.

5 itens a elas. Brigam com uma vendedora que não consegue ver diferença entre creme e nude. Saem. Entram numa loja, amam as blusas, pechincham, conseguem levar uma, mas não para alguém da lisa, porque era cara da tia da vizinha.

Entram em outra loja, encontram com a vizinha, que se junta a elas e conseguem comprar um item melhor do que estava na lista, 2h depois. Enquanto tomam um sorvete, veem uma vitrine, apaixonam-se. Entram na loja, escolhem 4 itens, olham bem contra a luz, decidem levar um só. Pechincham, mas sem sucesso. Decidem não levar, não vale o preço. Seguem para uma outra loja.
 
Celular toca, o filme acabou, aconselham a ver outro. Eles comem e escolhem outro. Sessão começa, lojas cheias. Brigam com mais duas vendedoras que não entendem que uma costura muda todo o glamour de uma camisa.

Entram numa loja de maquiagens. Cheia. Encontram batons, que, mesmo não estando na lista, acabam entrando. Mas não levam porque a cor não ficaria boa. Saem. Vão para uma loja de sapatos. Amam o lugar, a vendedora e a gerente. Conseguem descontos incríveis, mas a tira de um dos sapatos estava gasta e outro par não havia, mas pegam o cartão da loja.

Filme acaba. Eles exaustos. Elas no pique. Encontram-se. O humor deles a zero e o delas a mil. Eles decidem voltar de taxi. Elas ficam. À 1h da madrugada, as três aparecem com uma coleira linda ao Furacão, o shitzu da família, e com a esperança de, naquele mesmo dia, encontrarem ao menos o presente da avó.

 

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