Dizer
que as linhas dos roteiristas não fazem sombra às dos escritores é quase uma
unanimidade, agora saber que as linhas dos roteiristas atuais não se comparam
às dos mais antigos já é uma tendência.
Dias
atrás, assisti a uma nova versão do fantástico Dumas com seus 3 mosqueteiros. A
obra - que já foi honestamente filmada e brilhantemente protagonizada, entre outras, em duas ocasiões, uma
pelo excelente trio Gerard Depardieu, Gabriel Byrne e Jeremy Irons e outra,
pela Disney, com Oliver Platt, Charlie Sheen e Kiefer Sutherland – recebe agora
uma estúpida e colorida versão apenas com o magnífico Christoph Waltz.
Um
Matrix absurdo numa França futurista de séculos passados, se é que isso é
possível – com engenhocas maravilhosas até para os dias de hoje – endossa a
expressão “quer que eu desenhe para você entender?”. Sim. O filme é um exemplo
típico de que a falta de leitura resulta numa explosão de poluição visual, de
cores e de entretenimento previsível.
Não
me espantaria se a juventude preferisse vê-lo dublado, para não perder a bela
Milla Jovovich em ação ou porque as letras das legendas fossem rápidas demais,
deixando-o complexo.
Entretanto o espanto de Alexandre Dumas, com a
prostituição de seu clássico, não seria maior ao revelar que paguei 9 reais
para engolir um sapo francês falando inglês.
C'est la vie...
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