segunda-feira, 27 de agosto de 2012

QUAL É O SEU COLÍRIO?


Dizer que as linhas dos roteiristas não fazem sombra às dos escritores é quase uma unanimidade, agora saber que as linhas dos roteiristas atuais não se comparam às dos mais antigos já é uma tendência.

Dias atrás, assisti a uma nova versão do fantástico Dumas com seus 3 mosqueteiros. A obra - que já foi honestamente filmada e brilhantemente protagonizada, entre outras, em duas ocasiões, uma pelo excelente trio Gerard Depardieu, Gabriel Byrne e Jeremy Irons e outra, pela Disney, com Oliver Platt, Charlie Sheen e Kiefer Sutherland – recebe agora uma estúpida e colorida versão apenas com o magnífico Christoph Waltz.

Um Matrix absurdo numa França futurista de séculos passados, se é que isso é possível – com engenhocas maravilhosas até para os dias de hoje – endossa a expressão “quer que eu desenhe para você entender?”. Sim. O filme é um exemplo típico de que a falta de leitura resulta numa explosão de poluição visual, de cores e de entretenimento previsível.

Não me espantaria se a juventude preferisse vê-lo dublado, para não perder a bela Milla Jovovich em ação ou porque as letras das legendas fossem rápidas demais, deixando-o complexo.
 
Entretanto o espanto de Alexandre Dumas, com a prostituição de seu clássico, não seria maior ao revelar que paguei 9 reais para engolir um sapo francês falando inglês.
 
C'est la vie...

 

 

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