quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

SEGURADORA TOC

Carro para perto da padaria. Mãe e a filha,  menina esperta de 8 anos, saem dele. A mãe dá a volta e vai checar se a porta está fechada:

- Eu fechei, mãe.

- Apenas checando.

Semanas depois, o carro para em frente à casa da amiguinha da escola. Mãe e filha saem. A mãe dá a volta pra checar se a porta está fechada.

- Eu fechei, mãe.

- Apenas checando.

Dias depois, o carro para em frente ao açougue. Mãe e filha saem. A mãe dá a volta pra checar se a porta está fechada.

- Eu sempre fecho, mãe.

- Apenas checando.

No mês seguinte, o carro para perto da igreja. Mãe e filha saem. A mãe dá a volta pra checar se a porta está fechada.

- Que saco, mãe, eu sei que tem que fechar a porta.

- Apenas checando.

Semanas depois, o carro para perto da escola. Mãe e filha saem. A mãe dá a volta pra checar se a porta está fechada.

- Você vive me falando para ser responsável. Eu sempre fecho a porta, quer vir checar?

- Sempre bem, né, filha?

Dias depois, o carro para em frente à vídeo-locadora. Mãe e filha saem. A mãe dá a volta pra checar se a porta está fechada. A menina fica quieta, de bico. A mãe confere que a porta está fechada e, sem graça, dá um sorrisinho.

Semanas depois, o carro para em frente à casa dos avós. Mãe e filha saem. A mãe dessa vez não dá a volta pra checar se a porta está fechada. Olha pra filha orgulhosa, que nem devolve o gracejo.

Quando saem, o carro não está mais lá. Há dias a menina parou de fechar a porta do carro, há dias a mãe não conferia mais e há horas foram os bandidos que disseram: “Apenas checando”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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