Nada
de bom vem com ela. E como um karma, uma sina, a cada grafia é dada um destino
e coube justamente a esta uma vida nada promissora, repleta de vazio, nojo e
repulsa.
Já
repararam que ela é quase uma onomatopéia? Sim, parece que o ato em sim já
soletra o batismo. Essa grafia de origem latina (vomitu) ressalta aqueles casos que, se a palavra alimenta, o vômito
tem lá sua inversão proporcional.
E
como toda proparoxítona, ratifica-lhe a sonoridade forte e imponente.
Porém
pior que discorrer sobre vômito – testando o leitor para ver quantas vezes se
consegue ler isso – são as histórias que o cercam.
Estava
o rapaz numa festa. Daquelas que os pais do adolescente saem numa viagem de uma
semana. E a horda de amigos aparece numa noite de sexta. Música, bebida,
bebida, bebida e bebida.
E
uma dor de barriga tremenda o acomete. Ele segue desesperadamente para o
banheiro e mal tem o raciocínio de acender a luz. Senta e reina feliz, naquela
sensação de alívio, como se a dor lhe fosse tirada delicadamente a dedo.
E ainda sentia aquele sorriso interno dilatando, quando outro aparece em seu
caminho, tomado pelo enjoo. Não se sabe o que veio primeiro, se a luz e a boca
aberta do cara ou se o jato que lhe banhou o rosto.
E
aquele cheiro azedo, entre cerveja e bacon, temperado com ovos e parmesão,
ativou o cagão, que acabou devolvendo a gentileza nos pés do seu agressor, que,
num ímpeto de fuga, escorregou, bateu a cabeça e por lá ficou.
Minha
intenção não foi a de enojar quem me lê, mas para provar que determinadas cenas
ainda podem ser mais marcantes que muitas palavras.
Portanto
acredito que aqui as palavras são mais bem-vindas que as ações. E inocentar a
palavra, porque para tudo existe um nome.
A
associação acaba sendo iminente. Finalizando, imaginem se o ato em si fosse
batizado de SONHO e o sonho fosse batizado de VÔMITO.
Use
a imaginação e tenha certeza de que, se assim fosse, todos odiariam sonhar e
desejariam realizar seus vômitos em qualquer lugar.
Tudo
é uma questão de semântica.
Hahahaha não dá pra não lembrar de histórias engraçadas e nojentas da vida! Abraço bro
ResponderExcluirPois é, mano, a semântica, muitas vezes, acaba sendo curel com algumas palavras, não com algumas ações! - rs
Excluirhahahahaha
ResponderExcluirgostei!
Taty, a palavra tem um pode do cão, não é?
ExcluirE que poder!! E tendo vc por trás delas, potencializa-a! Amo seus textos!
ResponderExcluirOi, Ana, obrigado pelo apoio!
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