A
máscara da timidez muitas vezes engana o artifício do mal-educado. Não diria
que me enquadro na pele de um lorde, mas estou longe da ogrice. Cansado dos tímidos, evito elevadores com menos de três
pessoas. Foram inúmeras as vezes que tive de dizer “eu disse bom dia” para que
a saudação aparecesse.
Assim
como o uso do dicionário, as escolas deveriam dar aulas de etiqueta. Sim. Como
andar na rua, como se vestir, como comer em público, como se comportar em restaurantes,
cinemas e afins.
Avisos
de “Não buzine”, “Silêncio”, “Desligue o celular” em muitos casos não são uma
regra, mas apenas uma ratificação de que a educação deveria ser algo inerente
do comportamento humano.
E
o mais curioso é que, junto à tecnologia, a educação se molda e se encaixa
muito bem nisso. Sou adepto a algumas delas e seria excelente se todos
praticassem.
Responder
a SMS’s, mesmo que se tenha visto a mensagem horas depois é um exemplo. E, pior
do que um simples OK, é não responder a mensagens eletrônicas.
A
sensação de nada, de indiferença e até mesmo de insignificância é tamanha que,
dependendo do grau de carência do emissor, resultará um grau elevado de
distúrbio psíquico.
Os
exemplos de comunicação virtual se encaixam num nível saudável de trocas, tenho
de ressaltar isso. Entendo que muitas vezes o silêncio é mais aceitável.
Já
diriam os mais sábios, a educação abre portas, e é fato. Mas às vezes...
Certa
vez eu me deparei com uma ex-aluna no metrô. Solícito, escutei as lamúrias dela
por 6 estações. Numa baldeação, tinha a certeza de que me livraria dela (veja
que lorde). Mas não, ela seguiu comigo até o próximo destino e, por mais 7 estações,
continuei a escutar os fatos chorosos.
Quando
cheguei à estação final, enquanto eu me despedia aliviado, ela me perguntou se
podia acompanhar-me até o local onde eu daria um curso. E minha educação já
capenga aceitou.
Foram
mais uns 900 metros escutando o desabafo da fulana. Enfim, já em frente ao
local de trabalho, depois de me despedir e de desejar sorte a ela, escutei:
-
O senhor vai dar aula até que horas? Posso esperá-lo aqui...
Nem
sir Sean Connery resistiria a isso. Portanto, amigo leitor, vou repetir o que
eu disse: “aja da forma que melhor lhe convier, a educação abre portas, mas, se
for um convite para sua paz, prefiro esta, a educação entenderá muito bem”.
Sean diria: Cazzo!
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