CEO
de uma multinacional, era comum as esticadas do almoço ou os intervalos de 5 ou
6 horas entre a manhã e o fim da tarde.
Todos
sabiam, mas não sabiam. Comum as filhas derem com a cara na porta numa surpresa
para almoçar. Sexta-feira era dia de viver.
Por
quase um ano foi assim, até que a mais velha das três seguiu o pai até o flat
da zona sul. Esperou que entrasse. Perguntou por ele na recepção e a moça
indicou o flagrante.
Escândalo.
Divórcio
iminente, pensão exorbitante, uma mancha horrenda na carreira brilhante do
jovem de 50 anos. Foram dias sem comer direito, o trabalho não rendia. Os
compromissos não eram cumpridos.
A
saudade era forte, a concentração sumira, o gosto pela vida sumiu. Nem mais a
menina aparecia às vésperas dos fins de semana, muito menos nas horas livres.
Mesmo
que ela quisesse, o homem não dizia “presente”.
Flores
a ex. Juras de amor. Humilhações. Provas de fidelidade eterna, até mesmo a intervenção
dos amigos da família e do trabalho. Semanas de maciça pressão.
Ela
não conseguiu resistir. Cedeu. Cedeu mais pela aparência, pela covardia de
enfrentar uma vida sem o marido, sem uma companhia.
Todo
o teatro se formava novamente.
Por
que não comemorar com um jantar maravilhoso, à luz de velas, clima romântico, a
dois, com Frank Sinatra ao fundo?
E
tudo bem se a menina preferisse a Lady Gaga, a paz é ainda a bênção da vida.
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