É
uma espécie de rebelde sem causa. Ou a extrema carência que leva a pessoa a
querer se rebelar contra algo que ela mesma poderia evitar. É como fazer
análise e discordar do profissional.
Fato
é que o rapaz não queria ir para aquele SPA, lindo, no interior de São Paulo –
os 130 quilos e a família o mandaram para lá. Seriam 300 calorias por dia, sem
contar as inúmeras atividades.
300
calorias o cara consumia em 5 minutos, com 400ml de refrigerante. Convenhamos
que isso não era uma tortura, faria qualquer Torquemada falar: “Ô, tá de
sacanagem!”.
Depois
de revistado, apresentado ao quarto e aos outros gordinhos simpáticos, foi para
a primeira atividade do dia: caminhada de 4 km – quase uma minimaratona. Litros
de água pra fora e o dobro pra dentro.
Piscina
e hidroginástica. Almoço. Duas folhas de alface, meio tomate e abobrinha. Mau humor.
Água para encher a barriga. Dança. Mau humor. Suor. Água pra encher a barriga.
Mau humor. Mau humor. Mau humor. Jantar, meio filé de frango e uma colher de
sopa de cenoura ralada. Mau humor.
Como
na prisão, existem as conexões. E por lá apareceu um telefone de uma telepizza.
Brilho no olhar. O cara, um quilo mais magro em menos de 24h, tomou do celular
e fez o pedido.
Correu,
como nunca, até o portão, esperando pelo motoboy, cruelmente interceptado pelos
seguranças. Infrator delatado, expulsão iminente. Ele, 22 anos, bilionário,
herdeiro das empresas do pai, enquadrado na lei pó causa de uma pizza, um
refrigerante e 25 reais.
O
olhar de desespero de todos, da solidariedade, contrastava com o de ódio dos instrutores
e o de fúria e de fome dele. Naquela
mesma noite, o motorista foi buscá-lo.
No
dia seguinte, o clima era tenso. Antes da primeira atividade e do café, o
sermão foi reforçado, dizendo que nada seria tolerado, dinheiro algum poderia
comprar uma regra e que o exemplo não fosse seguido.
Depois
do iogurte light e da meia fatia de queijo branco, foram para a caminhada de 4
km, sempre com um instrutor feliz. Felicidade alheia, barriga vazia pela manhã
não são coisas que se desejam.
Durante
a caminhada, desejariam algo a mais... Como um bombom caindo do céu. E foi isso
mesmo que aconteceu. Estavam chovendo bombons, balas, chocolates, salgadinhos e
não era uma alucinação, apenas um alucinado por comida, milionário, que, do
helicóptero do pai, fez a boa ação do dia.
O
séquito esqueceu o instrutor bem-humorado e se jogou no chão, abrindo as
guloseimas e se deliciando com elas. E as bênçãos daquele dia vieram em forma
de KOPENHAGEN, CACAU SHOW e afins!
Rsrsrsrs....acho que se continuássemos a olhar, teríamos visto tb o instrutor pegar um bombom discretamente...
ResponderExcluirTenha certeza disso, Fê!
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