Inegável
também não associar o melhor livro, o melhor filme, a melhor música à época ou à
situação pela qual você esteja passando.
Vou revelar algo antes de prosseguir, e vocês me darão razão ao término do relato: tenho rinite. E das feias. Meu nariz existe apenas para separar os olhos. Minhas crises beiram à exaustão e ao ódio... Meu e alheio.
Certa
vez, numa tarde no escritório, por causa do carpete do local, consegui contar
43 espirros seguidos. Lembro-me do meu chefe: “Adriano, você não acha melhor ir
para casa?” – não fosse pelo trabalho apertado, eu teria sorrido.
Poderia ficar horas contando histórias e mais histórias de como me tornei insuprtável e inconveniente à sociedade, mas prefiro não me expor mais.
Quem
sabe dessa alergia, entende perfeitamente que aquela coceira insuportável
dentro do nariz, aquela coriza intermitente, aquela água que verte pelos olhos.
Os olhos que ardem, os espirros que não passam e aquela sensação de que você
não consegue raciocinar nem completar uma frase.
E
agora você me pergunta: “O que isso tem a ver com seu melhor livro, filme etc.?”
Patrick
Süskind escreveu um primor chamado PERFUME, A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO. O romance
narra a história de Jean-Baptiste Grenouille, um rapaz que nasceu sem exalar
aroma, mas tinha o melhor nariz do mundo.
Ele
consegue preparar um perfume com a essência do amor e se torna único, desejado,
um deus. Ao terminar de ler suas linhas, desejei ter escrito o livro. Mais do
que desejar ser o autor alemão, desejei ser o protagonista.
Quis
também ter a essência do amor em mim ou, ao menos, conseguir sentir - nem que
seja a meio palmo de distância – quais aromas evitar por esta vida.
Seria perfeito, né? Mas é na dor que a gente cresce....( se isso serve de consolo)...
ResponderExcluirMas seria tão bom apenas farejar a dor...
ExcluirLi o livro após você comenta-lo em uma aula.. Fantástico!
ResponderExcluirSim, Angela, o livro é sensacional!
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