É
o rapaz que limpa o salão em CASABLANCA, a quem só a família dele dá
importância. A roupa dele é ela quem escolhe, e o poder é tanto que os
padrinhos também são obrigados a se multiplicarem, por que as mulheres fazem os
homens ficarem iguais se elas odeiam isso? Imagine 10 casais todos iguais, a
noiva também, metade do estresse seria evitado.
Melhor,
todos os convidados deveriam usar as mesmas roupas, assim, como num grupo
escolar, num passeio ao zoológico feito por várias escolas. Quando houvesse
aquele à la carte de cerimônias numa mesma igreja, todos saberiam se estavam no
horário. Ninguém se enganaria. Sem
contar que o casamento valora o atraso. Se a etiqueta manda não se atrasar, por
que a noiva deve se atrasar para contradizer as normas da boa educação? Espera.
E
por que se chora tanto? Fico pensando se o choro é pela cena ou pela música. Se
na hora dos abraços ouvíssemos Ilariê, duvido que a choradeira apareceria.
Definitivamente, casamento é um teatro. Ora e é um teatro mesmo, há drama,
choro, risada, palmas. E como toda boa peça, sempre acaba em comilança após o
evento.
Estava
lá o rapaz, depois de meses de preparação, gastando mais do que podia e
estourando o orçamento nos mimos a ela, parado no altar. À espera da entrada
dela. Claro, depois de duas horas de espera. O dia dela começou às 7h, a 20 km
da igreja. O casamento era às 11h. Tempo suficiente. Mas não. Horas se
preparando, e o anfitrião tendo depois de se justificar a todos.
E
chovia. E como chovia. E a mãe dele falando sobre a sorte de se casar com
chuva. Eram as lágrimas de Deus avisando da catástrofe que seria. Mas não. E o
irmão falando: “É um sinal, essa demora, é um sinal, Deus está te avisando para
não casar! Pegue a viagem de lua de mel
e vá sozinho...”.
Espera.
Enfim, 2 horas depois, ela chega. O que era ansiedade virou alívio. O que era
para ser uma celebração virou um calvário. O que era para ser chantili virou
manteiga. E o vestido? Essa pergunta na cabeça dele soara como um silvo
demoníaco. Já tivera uma surpresa horrenda, faltava apenas a principal. Todas
esperando pelo vestido. Inclusive o noivo, que teve de deixar os óculos em
casa, porque a noiva disse não ficar bem.
O
coitado teve de espremer as vistas até três metros de distância. E ela vinha. E
ele não via. E ela vinha. E ele não via. E ela chegava. E ele não enxergava.
Ainda bem que ninguém olha ao noivo no altar na entrada da noiva, porque veriam
um pinguim míope. Enfim tudo transcorreu de modo tranquilo. O melhor foram as
músicas, o casamento pop, músicas de Elton John, Beatles e Queen.
Claro
que houve choro, houve aplausos, abraços, o teatro foi ótimo – isso que nada
sobre a mãe do noivo foi dito aqui, ficará para depois.
A
festa também, um brunch, fazia um
friozinho e os chás, bolos e chocolates quentes foram mais do que bem-vindos. E
casamento é como as festas de fim de ano, quando tudo acaba, fica aquele clima
de nada. Aqueles dias que parecem segundas-feiras cinzentas.
O
pior é que depois do fim, todos os dias que duraram entre o fim do evento e o
fim do casamento mesmo, 1 ano depois, foram com cara de 2 de janeiro. O melhor
da lua de mel eram os passeios fora do hotel. Porque o quarto tinha cara de 2
de janeiro. A chegada em casa era 2 de janeiro, todos os dias foram 2 de
janeiro. E depois de 365 2 de janeiros, emendou-se a Páscoa com o dia 21 de
abril numa terça.
Fim
de tudo. O álbum ficou lindo e com ela, bem como as alianças e todos os móveis
do apartamento. Com o noivo, apenas o violão, o computador e os cd’s, além da
liberdade. O que ele aprendeu com tudo isso? Que muitas vezes o evento é maior
que o sentimento; como se as compras de natal e os melindres e protocolos
familiares estivessem para o casamento e Cristo estivesse para o amor.
E
o vestido era horrível, com um barrado que mais se parecia com um de uma toalha
de cozinha, aliás já que o natal foi citado, o vestido serviria bem para ser
capacho de panetone. Se o evento é típico feminino, nada mais comum ele ser
complexo.
Hahahahaha...morri de rir! Quanta falta de sensibilidade, Dri! Muito bom! Só uma observação: sempre quando a noiva entra...EU olho para o noivo! Acho muito mais divertido ver as caras de tacho! rs
ResponderExcluirMas isso que vc disse é bem verdade, os casamentos estão virando espetáculos que não condizem com os sentimentos...
Bjs =)
Dri, baseado em fatos reais! - rs
ResponderExcluir