E como elegância
puxa arte, e como arte era para quem sabe, e como lá, de longe, eram elegantes,
de longe eram artistas. Adoravam arte. Arte contemporânea, antiga, barroca,
escrita, melódica, pintada, coreografada. Arte escrita, cantada, encenada e
demais adjetivos.
Como toda
comunidade, havia um grupo de líderes, escolhidos a dedo. O dedo de um babuíno
sabe muito. Escolhiam os mais fortes, que sobreviviam a competições esdrúxulas,
que não cabe aqui, não é hora nem lugar.
Pois bem. O que importa
é que havia o líder dos líderes, que por sinal, também tinham lá outros
seguidores, que eram líderes de mais alguns outros líderes e que, por extrema
sorte, ainda tinham lá seus seguidores, porque ninguém é de ferro.
Mas havia o líder de todos, o bauíno-mor. O pior de ser babuíno não é
a aparência elegante, de longe, de longe, é o fato de não ser líder. Já não
bastasse a realidade, nascer babuíno e seguidor é pior que o Brasil em agosto.
Mas, falou-se tanto em artes e onde elas estão? Pois é, estão chegando por aí, pois nenhuma vem de dentro, todos vêm de fora, e aqui são analisadas. Há que se ter cuidado com a navegação das obras, o joguete do mar e os ruídos podem complicar o estado delas. Vêm numa jangada só, carregada, cheia de informações, assuntos, cores e conceitos.
E parece-nos que a remessa de hoje está
farta. Imediatamente, os
seguidores tomam as obras e, por lá mesmo, abrem-nas e as dispõem sobre a areia
mesmo, pecado mortal aquilo. Mas ordens dos líderes, que seguiam os líderes,
que seguiam o líder das artes, que seguia, como todo mundo, o líder-mor, e que
tinham juízo e obedeciam às ordens. Escolhiam as melhores, dentre todas
maravilhosas. Palmas às escolhidas, escuro às renegadas.
Minutos depois, sete obras destacavam-se.
Agora, o trabalho menor cabia ao líder das artes. Imponente, sabendo menos que
todos os estúpidos do mundo, carrega a imponência no nariz sujo. Ele para,
olha, olha e olha. Olha para os babuínos seguidores, que indicam duas em
destaque.
Todos os seguidores aplaudem fervorosamente
a primeira. Em seguida, o que já era comum, o líder da arte escolhe a segunda.
Assim, está eleita a obra mais bela
da semana. Cabe ao babuíno-mor fazer a parte que lhe serve: como não cria e não
sabe a ciência de arte alguma, resta-lhe o óbvio, senta o traseiro em cima do
nome do autor da obra escolhida.
Assim, o líder das artes aplaude o
feito, como se o líder dos lideres acabasse de criar algo, e exibe aos demais.
Todos, sem exceção louvam a obra do babuíno, que se tornou autor sentando na
obra alheia. Os babuínos não aceitam essa tese, muito menos eu.
Calemo-nos, então com a mediocridade
do babuíno-mor e aplaudamos a sábia atitude dos seguidores. Um viva à
sobrevivência. O nome do verdadeiro autor? Escondeu- se na marca imunda do macaco.
Qualquer semelhança é mera coincidência...rsrs
ResponderExcluirTenha certeza disso! - rs
Excluir