Sanduíche WALL STREET |
Esse químico e professor de matemática e dos números é um cara surpreendente. Do nada, você escuta algo pitoresco dele. Tranquilo e calmo, talvez isso lhe seja o melhor marketing pessoal. Perdi as contas dos filmes, lugares, restaurantes que ele já me indicou nesses quase 10 anos de amizade.
Pois é, estávamos conversando durante o lanche noturno e me revela essa história que só poderia dar boas linhas de entretenimento e aprendizado. Enfim, ele estava em uma lanchonete e, ao término do jantar, deparou-se com um concurso.
Dez
pessoas seriam selecionadas com dez criações. Os dez melhores sanduíches estariam
numa final cujo ganhador teria passagens e hospedagens a ele e a um
acompanhante para Nova Iorque, mais 300 dólares para gastar nas refeições da
filial americana dessa rede.
Abro
um à parte aqui, o cara é um ótimo gourmet e apreciador da alta e, principalmente,
da baixa gastronomia. De um requintado risoto a uma bela e deliciosa coxinha,
o gosto dele é confiável.
E
lá mesmo, criou um lanche fenomenal à base de muçarela de búfala, cebolas,
molho pesto – não teria a habilidade para reconstituir a delícia que me deu
água na boca naquela noite.
Houve
até uma explicação do porquê dos ingredientes, um link entre Brasil, Itália,
Wall Street, coisa que somente um professor talentoso, culto e criativo como
ele poderia fazer.
Fato
é que, vinte dias depois, ele foi um dos dez finalistas. Esteve presente na
requintada lanchonete na Vila Olímpia. Havia dez jurados, e os candidatos
teriam de explicar os pratos, prepará-los e colocá-los à prova.
E
depois de todo esse processo, viria o desfecho colossal. Um a um, os candidatos
foram caindo, caindo, caindo. Do décimo lugar até o terceiro. E
dividiu os holofotes com uma mineira, que inventou um hambúrguer com queijo da
fazenda e peperone.
Tensão!
A diferença entre o ganhador e o segundo colocado foram de exatos 4 centésimos:
8.21 e 8.25. Ou seja, praticamente um empate. E ficaram os dois, lado a lado.
Pela pontuação, o limite entre o céu e o inferno nunca foi tão tênue.
Nova
Iorque ficou bem mais perto de Minas Gerais. Sim. A menina ganhou. E o
insuportável do irmão dela invadiu a cena berrando, bem na orelha do professor, a vitória
deles.
Certo,
amigo leitor. Você agora me cobra que, no início do texto, disse – ou dei a
entender – que eu conhecia um vencedor de concurso. E conheço, porque o murro
que o mineiro tomou do educador foi lindo, feito de um campeão.
Transformar
os 4 centésimos que o tiraram da viagem em 4 pontos na sobrancelha do moleque é
digno de um matemático brilhante.
Rsrsrsrs.... Essa foi muito boa! Ponto para o professor!
ResponderExcluirFê, ponto para o professor e 4 para o mineiro mala! - rs
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