Mesmo tentando os piores momentos, ainda que nesse adeus, não consiga precisar um dia só que se arrependeu de cruzar seu caminho nem com as loucuras que fez. Cada dia algo novo. Mas se pudesse nomear suas atitudes, diria que o imprevisível sempre foi sua marca registrada. A monotonia em sua vida disse tchau quando ele entrou nela.
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Ainda respirando com dificuldades?
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Sim, doutora...
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Volto já com o medicamento.
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Linda essa médica, se você estivesse bem, repararia no perfume dela, seu
safado, ficaria assanhado como sempre ficou com perfumes, principalmente os
cítricos. Daí sairia por aí, faria amigos como sempre fez. Tem um bando deles
rezando por você, meu lindo. – beijando sua cabeça e enxugando uma lágrima.
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Filha, quer que eu fique um pouco, você está exausta...
- Não, mãe, fique com as crianças, por favor...
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Elas querem você, estão chorando muito, talvez sua presença seja melhor...
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Mãe, quero ficar aqui, eles vão entender, console-os, saio assim que
terminar... – beijou a moça e saiu.
- As crianças não vão aguentar, querido... – desabou em cima dele – Eu não vou
aguentar...
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Senhora...
E
a agulha entrou no soro, que levou o que tinha de levar até onde tinha de ser
levado. A respiração parou, ela o abraçou com uma dor aguda, funda, foi
amparada pela médica, que viu o que sempre via e ainda teve tempo de achar
linda a coleira que saía por aquela porta, mas preferiu não perguntar onde a comprara,
seria insensibilidade demais naquele momento.
Vc é mesmo surpreendente, Dri! Histórias desse tipo mexem comigo, vc sabe! rs
ResponderExcluirE eu faria exatamente o mesmo...
Seja qual for a separação e pelo motivo que houver, sempre existe uma dor, sempre existe uma indiferença, Dri!
ExcluirE como doí essa dor,quando a gente pensa que vai acabar, ela volta em forma de saudade...
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