Mas
naquele não, a menina era uma coisa de outro mundo. Quando fosse algo de uma noite
só, era comum até ser documentado em celular etc. Quando a moça requeria algo
mais cuidadoso, o simples relato já servia de confissão. Mas quando o trânsito
parava por ela, os detalhes serviam de mesa redonda e melhores momentos, com
direito a replay.
E
foi esse jogão que aparecia na vida daquele homem. Não é sempre que se encontra
algo daquele naipe. Linda, estonteante, digna de ser falada na íntegra, lance a
lance, com entrevistas.
-
Catarina de quatro é um arregaço!
Foi
a frase do ano. A foto no Facebook entregava os louros ao cara, busto entre os demais. E tinha de ser exclusiva. Acabavam os amistosos e os treinos
abertos. Agora era só decisão e treino a portas fechadas, que só eram abertas
ao sortudo, que as abria depois aos amigos.
Cada
sábado era uma nova posição, um novo movimento. E como no futebol, o bordão
pegava e feio. Durante dois meses, bastava ver o sorridente, para a frase ser
introduzida.
E
naquele domingo, no futebol, ele não apareceu. Suspeitaram que a comemoração
estava aumentando, sinal de que mais novidades entrariam em campo. E assim se
repetiu no domingo próximo e nos dois outros também.
Tentaram
celular, nada. Redes sociais, nada.
Até que num improvável encontro - na festa de um do grupo - apareceram de mãos dadas. Ele feliz, ela deliciosamente linda.
Apresentou orgulhoso, fez questão de fazer a acolhida dos amigos como algo único
e tomou as bênçãos dos pais do aniversariante.
Roubaram
a cena. Porém, por mais que soubesse ser invejado por todos, por mais que soubesse
ter o Oscar daquele ano, tinha a certeza mais concreta que a própria
felicidade, aprendeu que nunca se deve falar do rabo alheio, porque se olhasse
agora ao dele, veria um verso alexandrino agarrado a suas costas:
-
Catarina de quatro é um arregaço!
E nunca mais foram vistos.
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