Achei
que o coerente e o justo andariam juntos aqui. Coerente pelas manifestações e
justo pela dica de uma ótima obra.
CAMILLE
REDOUBLE é uma comédia refinada, de bom gosto e inteligente sobre uma mulher
que, aos 40 anos, numa noite de 31 de dezembro, depois de se divorciar do
grande amor de sua vida – juntos desde a adolescência – desmaia e se vê em
1985.
O
sonho de muitos se realiza e se repete nas telas como um clichê doce e por que
não idealizado. O mais interessante e inovador na história é que Noémie Lvovsky,
excelente por sinal, reaparece naquele ambiente com o mesmo rosto, as mesmas
rugas, mas é vista jovem por todos.
Mas
interessante ainda são as melhores amigas, que também trazem as mesmas marcas.
Refazer o passado, desviar do destino? Não.
Ela
apenas começa a vivenciar os dias que antecederam a morte de sua mãe, que
morreu no mesmo dia em que quase soube que seria avó.
As
músicas, as roupas para quem vivenciou 1985, é um espetáculo delicioso. A magia
fica em saber que, seja em qualquer parte do mundo, adolescentes são
adolescentes, o ambiente entre eles também, a essência dos anos 80 se torna
cada vez mais Cult e nostálgica.
Daí
você pode me perguntar: o que diferencia esse longa de DE REPENTE 30, PEGGY SUE
e BACK TO THE FUTURE, excelentes referências sobre o assunto? Sinceramente,
nada e tudo.
Porque
a visão da protagonista não é a de encontrar respostas, senão a de analisar
tudo, inclusive o seu relacionamento.
As
metáforas sobre decisões e incertezas são tão sutis e tão claras que o
espectador chega a dar aquele sorriso de soslaio, como se, ao perceber isso,
dividisse a mesma lição que Camille acabou de aprender e de passar.
Um
filme delicioso para ser visto com blazer de ombreiras ao som delicioso de 99
LUFTBALLONS, de Nena e WALK ON SUNSHINE, de Katrina And The Waves.
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