Stephanie Powers |
Normal
meu pai ficar louco pedindo silêncio durante os noticiários, que eram vistos na
Globo e na Cultura. Comum os 4 pedirem silêncio ao meu pai quando o CASAL 20
estava no ar. Ah, Stephanie Powers, minha primeira paixão. Tinha apenas 9 anos,
não tinha a menor ideia do que fazer com ela, mas eu a amava profundamente.
Por
meses quis ser Jonathan Heart e me casar com Jennifer Heart... (suspiro).
Normal
também os 4 machos da casa quase matarem a minha mãe durante as transmissões de
jogos do Palmeiras. O insuportável “não, não, não” durante o ataque do time
adversário era de deixar qualquer um louco.
Abro
um parênteses aqui – até hoje, em 2013, minha mãe é prova viva de minha
evolução na Terra, assistir a um jogo com ela é de se desenvolver úlceras e
demais calafrios...
Mas
o trunfo dela era quando faltando dois minutos para acabar, com o time numa
desclassificação iminente, ela dizer ao vazio: “Eliminado outra vez, alguém
quer pipoca?”. Juro que numa dessas vezes vi o meu irmão Marcelo pegar uma
faca... Ou sonhei?
E
quando não eram os noticiários, quando não eram os jogos ou aquela delícia da
Stephanie Powers, Havaí uma coisa que unia os irmãos e minha mãe, a COZINHA
MARAVILHOSA DE OFÉLIA, passava todos os fins de manhãs na rede Bandeirantes.
Lembro
que, como numa final de Copa do Mundo, e na cozinha – sugestivo e coerente lugar,
ficávamos os 4 vendo as receitas únicas daquela mulher. O meu gêmeo sempre
anotava as dicas e eu e o meu mais velho praticamente lambíamos o televisor.
Fato
comprovado uma vez, quando meu tio Orlando, ao entrar numa visita atípica em
plena terça-feira, às 11h30 de um dia de férias escolares, dizer “oi” e receber
o silêncio de todos.
Ofélia
era uma senhora simpaticíssima, elegante e trazia receitas mais interessantes
ainda. E como minha mãe é um Nobel de culinária, posso garantir que o sabor da comida
das duas era colossal. E até hoje minha mãe, quando elabora um cardápio fantástico,
e isso ela o faz com frequência, sempre evoca a grã-mestre do canal 13 de anos
atrás.
Antes
mesmo de saber o que fazer com a maravilhosa Stephanie Powers, eu sabia o que
fazer com as maravilhas que saíam da cozinha de Ofélia. E, confesso: por anos, como aprendi a ser glutão com Ofélia, Stephanie poderia ter sido uma professora e tanto...
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