Diria um amigo meu, por exemplo, que o que faltou a Cristo foi marketing e uma assessoria boa de imprensa, coisa que a própria ressurreição fez um papel muito mais competente.
Endossando a História, vou abrir um parênteses aqui e tocar em um assunto meio controverso: a defesa de Judas Iscariotes. Nunca engoli essa história de traidor. Sempre achei uma sacanagem com o cara, que se arrependeu depois e se matou.
Certo, mas, antes de alguém levantar a bandeira e soltar um “era o mínimo que poderia fazer depois do beijo”, justifico minha indignação. Muitos dizem que Jesus fez questão de entrar em Jerusalém sentado num burrico para endossar as profecias que comprovavam a existência do filho de Deus.
Assim como as que afirmavam que Ele deveria morrer para nos salvar dos pecados. Usando a lógica, Judas não foi o traidor, foi quem viabilizou o serviço sujo, alguém deveria fazer isso e sobrou para o, digamos, estagiário do grupo.
Como não posso sossegar com isso, cito Pedro, que negou o Leão de Judá por três, três vezes, ele O traiu por três vezes e ainda fundou a Igreja Católica. Ok, ele morreu crucificado, mas o marketing de mandar colocar a cruz de cabeça para baixo foi genial: exemplo típico de um vencedor.
Voltando a Judas, a autopunição poderia servir de uma bela propaganda, mas não surtiu efeito e deve ter passado na Rede TV! numa madrugada de segunda-feira.
Ainda na Santa Ceia, endossando a versão de uma aluna de Luciana Penna, ao dizer que Leonardo Da Vinci era da época de Cristo, porque registrou o evento (essa é a melhor de todas) – Judas poderia ter entrado para a História não como traidor, mas como o primeiro a ser desenhado, pois tinha de sair às pressas.
Depois de todo esse devaneio, que pode me custar a vida, não sei se posso endossar a máxima de os fatos serem contados pelos vencedores, mas posso ter a certeza de que, se o Washington Olivetto falasse aramaico, Judas seria Pedro, Pedro seria Judas e Cristo, Barrabás, que saiu vencedor com o melhor ibope da época.
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