Clark sempre sonhou em ser herói. Desde que se reconheceu como homônimo do Super-homem manteve essa mania quase obsessiva de se diferenciar de todos.
Tudo bem que o pai dissera que o batizara depois de assistir ao ...E O VENTO LEVOU, mas isso era apenas um detalhe. Quando criança, imaginou-se voando, mas comeu grama e levou três pontos na testa em sua primeira tentativa.
Na adolescência, imaginou salvar a mocinha do intruso insistente, mas o namorado teve lá seus motivos para lhe sapecar um bofetão.
E teve a certeza de que todas as responsabilidades viriam na fase adulta. E como sabia que não voaria, não levantaria trens ou pararia aviões, decidiu ser de ferro. Decidiu ajudar as pessoas da melhor maneira possível, um talento inerente a ele: o humor.
Cativava o mundo com seu sorriso e seu alto astral. Era ouvidos aos chorosos e ombro aos capengas. Levantava o moral mais que Lexotan. Enfrentava depressões e as tampava com palavras doces. Era imbatível. Não havia dor que resistisse a Clark.
Até que um dia, os inimigos o pegaram, esperaram numa esquina e avançaram. Estava envolto num mar de lamúria e autopiedade. Não conseguiu sair, não teve voz.
Não havia espelho, não havia saída. E hoje, lá se vê o homem de aço, à espreita, procurando a própria paz. Ninguém o procurou porque não havia uma bula que explicasse como. A capa enroscou num alçapão e o herói morre só, porque ninguém salva o super-herói a não ser ele mesmo.
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