O
cara era um gênio da matemática. Daqueles que os alunos adoram e temem ao mesmo
tempo. Imenso em tamanho, didática e conhecimento, sempre era marcante vê-lo em
sala.
Com
seus quase 190 quilos, distribuídos em 1,80, o professor era uma figura
pitoresca em tudo. Corria lenda de que, quando jovem, foi quase um jogador de
futebol profissional. Mas, como as lendas entre professores eram muito latentes,
a maioria preferia tomar como sátira.
E
foi nesse embalo que os dias corriam e as aulas também. E num belo dia, houve
quem decidiu colocar isso em xeque. Sem que ninguém soubesse, o moleque entrou
na aula como uma bola na mala. E durante a explicação, no momento certo,
colocaria tudo à prova.
Talvez
tenha sido durante uma aula de álgebra:
-
Professor, para o senhor isso é mais fácil que jogar futebol, né?
Embalados
pelas histórias dele e de todos os professores, a sala riu junto com o mestre,
que emendou:
-
Futebol sempre é mais fácil que álgebra.
-
Prove-nos!
E
tirou a bola para aplausos de todos. Até quem dormia acordou, embalado pelo
desafio.
-
Dez embaixadas já me convenceriam.
O
professor sorriu e falou:
-
Embaixadas? Isso é pra amador. Jogue a bola aqui.
O
moleque jogou, e a matada no peito, quase em câmera lenta e o domínio com o pé esquerdo
já serviriam de prova. A sala inteira aplaudiu com urros e assobios. O
matemático pediu a palavra:
-
Vamos fazer um trato. Você vai ficar em pé e erguer a mão direita. Eu vou
colocar, daqui, a bola na sua mão, mas não vale se mexer. Você ficará imóvel.
Depois que eu fizer isso, você promete que vai gabaritar Matemática no
vestibular.
-
E se o senhor não conseguir?
O
mestre sorriu e emendou:
-
Eu venho na próxima aula só de sunga, então acho que todos estão torcendo para que eu não erre...
Mais
aplausos e o desafio estava lançado. O moleque se levantou e fez o que o
professor pediu. Silêncio e tensão.
Pela
primeira vez na vida, ele foi orgulho na família, errou apenas uma questão de
Matemática no vestibular e preferiu trocar o autógrafo do centroavante do time
de coração na camiseta do clube pela assinatura do craque da álgebra na bola
que pousou perfeita e caprichosamente em sua mão direita.
Com base na álgebra, foi descoberta a incógnita se o professor era mesmo bom de bola ou não!
ResponderExcluirMais um excelente texto (ou seria uma EXPRESSÃO?).
Obrigado, Nelson! Elogios vindos de vc são de encher a bola de qualquer professor!
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