O que poderia ser algo mais que interessante
caiu num pastelão barato, em clichês previsíveis e plágios do cinema americano.
O início informativo exaltando o quão difícil é conseguir a tão sonhada
estabilidade foi abordada de modo cômico, e os primeiros minutos do filme
prometiam alusões muito fiéis às que vivem os alunos.
Mas não, o bizarro, o surreal e o nefasto acabam
tomando conta da narração e do desenrolar da trama, que traz 4 candidatos à
prova final, e oral, para o cargo de juiz federal, o mais alto salário do
funcionalismo. A cobrança da família, a esperança da família – tal qual vividas
pela maioria dos estudantes desse segmento - foram abordadas com fidelidade.
E o que poderia ser uma espécie de alento, uma
espécie de companheirismo e, por que não, um endossar a todos de que os
concursandos sofrem como nunca nessa jornada, tornou-se em desfechos absurdos,
irreais e frustrantes.
E a resposta do porquê tenho visto mais
filmes profundos que comédias amenas ressoou forte. Se havia alguma tentativa
de mudar o meu hábito de assistir a obras mais inteligentes, caiu por terra
durante os quase 90 minutos de projeção.
Estaria exagerando que o filme é de todo
ruim, rende boas risadas. A cobrança do pai do gaúcho Fabio Porchat, vivido
pelo honesto Jackson Antunes, por exemplo é algo a ser citado. Sem contar as
belas tomadas do Rio de Janeiro.
Algo a ser abordado também é a forma como um
dos filhos ilustres de Piraporinha, interior de São Paulo, é enaltecido com faixas
e festas por estar entre os 4 finalistas, uma alusão perfeita ao que costumo dizer
em sala: a esperança da família, o orgulho da cidade, uma celebridade da
estabilidade.
Fora isso, um passatempo água com açúcar que
pode render algumas risadas, mas que não se sustenta pela forma irreal com a
qual foi mostrada. Enfim, não condeno a sua exibição, porém O CONCURSO acabou
se tornando apenas uma promessa de um longa fenomenal.
E não poderia fechar esse relato dizendo a
frase sensacional que os livros preparatórios berram e a que a personagem
de Sabrina Satro mais evoca no filme: “Você tem que me comer!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário