Hanna Arendt |
Talvez
os anos teimem em me mostrar que tudo é uma questão de costume, por isso a
brutalidade linguística do alemão começa a ganhar contornos mais interessantes
a mim, endossado por este longa excelente.
De
origem judia, a filósofa alemã acaba sendo rechaçada pela sociedade por
entender que os crimes cometidos por alguns nazistas não passaram de uma
questão hierárquica, burocrática. Enviada pelo THE NEW YORKER para cobrir o
julgamento de Adolf Eichmann, sequestrado em Buenos Aires, e levado à corte em
1960 – ela constata que o comandante alemão era somente um leal
servidor, não um monstro.
Daí
surge o livro EINCHMANN EM JERUSALÉM. Apenas 10 páginas publicadas na revista
foram suficientes para render a ela o título de “defensora de nazistas”.
Reconhecida pela sua arrogância – ou diria segurança – ela não cede às pressões de parar, mesmo sendo impedida de continuar suas aulas na New School of Social Research, onde defende sua tese de não ser uma adepta a Hitler, senão alguém que entendeu o dever de um alemão.
A professora e jornalista é aplaudida
por todos – inclusive por mim, a excelente atriz alemã Barbara Sukowa é um show
à parte - continua lecionando por lá até 1975, ano de sua morte.
Tente esse exercício e perceba
a metáfora do cão latindo cada vez que a porta do apartamento dela se abre, é
fantástico.
O único lado ruim do longa foi a sala onde foi projetado. Os assentos do cinema da Livraria Cultura são ótimos na disposição, mas péssimos em conforto, e eu, que fui predisposto a amar a língua alemã, tenho a certeza de que nunca amarei aquelas poltronas vermelhas.
O roteiro do filme é
maravilhoso, a forma como os filósofos e estudiosos encaram o nazismo passa a
ser uma aula de História e Filosofia. Mais que entender a opinião dela é
entender os dois lados, e isso acaba sendo um exercício fenomenal de abstenção
e imparcialidade.
A atriz Barbara Sukowa, como Hanna |
O único lado ruim do longa foi a sala onde foi projetado. Os assentos do cinema da Livraria Cultura são ótimos na disposição, mas péssimos em conforto, e eu, que fui predisposto a amar a língua alemã, tenho a certeza de que nunca amarei aquelas poltronas vermelhas.
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