Tornaram-se
cúmplices. Surras foram livradas, um pelo outro, sempre. Passaram pela
adolescência, passaram colas, noites acampando nos quintais, campeonato de
Enduro, os vários filmes na Sala Especial, da Record. Perderam histórias e
ganharam muitas.
O
primeiro beijo, quando um acordou o outro para contar. Aquela dúvida de
Matemática que só o amigo poderia sanar. Não tinham irmãos, mas eram irmãos.
Os
pileques, a mesma tara pela Magda Cotrofe, os penteados iguais aos do Paulo
Ricardo, e a mesma raiva de não terem conseguido ir ao primeiro Rock in Rio. O
primeiro show. Um olhava e o outro completava.
O
cursinho pré-vestibular. Um passou e o outro não. Mesmo que os horários dos
trabalhos não batessem, a agenda se encarregava de juntá-los. Um se formou
enquanto o outro não pôde estar presente, viajando a negócios.
Um
se casou, e o outro não pôde ir também porque a reunião em outra cidade
atrasou. E mesmo que o convite para ser padrinho do primeiro filho acontecesse,
seria a formatura da namorada.
E
assim a vida seguiu.
Hoje,
dificilmente se falam. E parece que um aceitou o outro numa rede social, quando
compartilharam aquelas lindas mensagens de amizade eterna.
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