terça-feira, 14 de abril de 2015

A HISTÓRIA DE PAULO E ESTÊVÃO


Estêvão nasceu em berço de ouro. Sempre teve do bom e do melhor. Nunca faltou comida, bebida, roupas e o supérfluo sobrava todos os dias.

Paulo nasceu em berço de ouro. Sempre teve do bom e do melhor. Nunca faltou comida, bebida, roupas e o supérfluo sobrava todos os dias.

Estêvão cresceu em meio ao caos da recessão. Seus pais fizeram contas e malabarismos, tiveram de fazer alguns cortes e o supérfluo começou a sobrar mês sim, mês não.

Paulo cresceu em meio ao caos da recessão. Seus pais fizeram contas e malabarismos, tiveram de fazer vários cortes e o supérfluo começou a sumir.

Estêvão conseguiu um emprego no ramo que sempre sonhou. Pelo apoio financeiro dos pais, teve tempo de sobra pra tomar a decisão certa. Passou a se sustentar e comprou um apartamento dois anos depois.

Paulo conseguiu um emprego no ramo que o aceitou. O apoio financeiro dos pais não o ajudou, não teve tempo pra tomar a decisão certa. Passou a sustentar os pais e assumiu o aluguel do apartamento da família dois meses depois.

Estêvão se casou, pagou toda a festa. Viajou a Paris em lua de mel. 3 anos depois, era pai dos gêmeos, que foram matriculados numa escola bilíngue, enquanto a mãe gerenciava a franquia dada pelo marido. Foram em férias à Disney no inverno seguinte.

Paulo não se casou, conseguiu comprar um apartamento para a família. Viajou para o Guarujá com os pais. 3 anos depois, conseguiu entrar na faculdade, enquanto a mãe gerenciava a entrega dos salgados vendidos pelo filho antes das aulas. Foram em férias a Campos do Jordão no inverno seguinte.

Estêvão, naquele dia, teve o pneu do carro furado em frente a uma igreja. Ele entrou, já que estava à mão, para agradecer a Deus por tudo que tinha conseguido até aquele dia. Antes de sair, viu que havia um outro homem ali. Pela vestimenta, percebeu estar abaixo de seu nível social e pediu por ele e pela família alheia.


Paulo, naquele dia, teve o pneu do carro furado em frente a uma igreja. Ele entrou, já que estava à mão, para pedir a Deus tudo de volta que lhe tinha escapado até aquele dia. Antes de sair, viu que havia um outro homem ali. Pela vestimenta, percebeu estar abaixo de seu nível social e pediu para ser como ele e como a família alheia.

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