
Seja
pela didática, pela frase certa ou apenas pela paixão impossível, todos têm uma
história única sobre tais profissionais.
Comigo
não seria diferente, meus heróis se encaixam em várias categorias, Angélica, da
terceira série, minha primeira paixão, Sônia, da primeira série, minha
alfabetizadora, Marina, de Matemática, minha primeira nota baixa e Verinha, de
Gramática, minha determinante.
Fui
aluno dela em dois momentos da minha vida. Sétima série e primeiro ano da
faculdade. Quando tinha 13 anos, ela invadiu a sala, meiga, falando com uma
perfeição irritante, determinada e marcante.
9
anos depois, ela entra no primeiro dia de aula na Universidade, olha bem fundo
em meus olhos e disse: “Alexandre?” – e eu: “Adriano”, ela: “Mas é Paciello!”
Incrível!
Perguntei a ela como se lembrava de meu sobrenome e ela me respondeu uma coisa
que levo até hoje comigo em minhas aulas: “Quando se faz o que ama, sua memória
anda ao seu lado, aluno aprende mais fácil quando chamado pelo nome”.
Decidi
treinar minha memória e consegui. Entretanto o que me mais me marcava era vê-la
entrar em sala, com o abrigo branco e apenas os gizes na mão. Tentava ver o
conhecimento dela em livros, papéis, porém ela, caprichosamente, deixava tudo
registrado na lousa. Cansei de quantas vezes mentalizei “se fosse professor,
amaria entrar na sala somente com os gizes na mão e a gramática na cabeça”.
E
hoje, 19 anos depois, com a memória sentada ao meu lado enquanto digito,
lembro-me de uma aula numa manhã de quinta-feira, em 2005. Ao término de um
período desgastante de análise sintática, com a Ave-Maria toda analisada na
lousa, uma moça vem até mim e diz:
-
Sabe o que mais me impressiona em sua didática? É que você só traz giz para a
sala!
O
nome dessa aluna era Vera. E enquanto ela saía, não pude deixar de sorrir e ver
que minha paixão em lecionar estava completa, porque, de uma forma ou outra,
minha mestra esteve lá e se confessou orgulhosa do excelente trabalho que
deixou em mim: alguém que faz o que ama.
Professora
Verinha ainda está na ativa. Se não em uma sala de aula, mas como minha memória,
ao meu lado, tomando tudo o que me ensinou e repetindo pacientemente:
-
Muito bem, Paciello, muito bem.
Puxa prof. que lindo! Pena que vc nunca devolveu minha redaçao, mas eu continuo sendo uma das muitas admiradoras ou seja vc e (tentada a colocar eh) meu idolo do tablado. E eu espero que com sua memoria sentada ao seu lado, seja la onde vc esta lendo esta msg agora, lembre-se do meu nome ou sobrenome rs... Saudades....
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