terça-feira, 5 de maio de 2015

O FREUD DA FIMOSE

Operação de fimose. Depois falam que a primeira experiência sexual de uma mulher é muitas vezes mais traumática que a do homem. Nada.

Independe da idade, o homem também perde algo na sua primeira vez. Não consigo discernir qual o momento menos cruel. Se você é criança é ruim, adulto então... Deveria haver um psicólogo a isso.

Sim, daqueles que fazem o papel de pacificador a quem fará uma cirurgia bariátrica, haveria o Freud da fimose, sem trocadilho algum. Mas acaba sendo inevitável, você entra de um jeito e sai de cabeça feita.

Assunto meio chato, porém um homem que não tenha passado por isso fica meio aquém do símbolo fálico a que pertence. É necessário, é vital.

E o moleque tinha lá seus 4 anos. Soube que o pinto lhe seria escalpelado. Se hoje quando se escuta isso o homem cruza as pernas, imagine uma criança engolir isso tudo de modo tranquilo. Entretanto ele engoliu aquilo com tamanha naturalidade que não pregou os olhos naquela noite. Perguntou quando seria a operação. “Na quinta”, disse a mãe.

De domingo até o dia da cirurgia, era comum toda manhã ele ir às 6h acordar a mãe e perguntar: “Hoje é quinta?”. Enfim, o dia chegou. Mostrou-se pronto. E quando viu, estava com o bilau de fora e com uma roda de médicos em volta, brincando com ele. De repente tudo se apagou e, quando acordou, estava com um tapa-sexo de gaze.

Dias depois, quando voltou para fazer o curativo, a pele restante lhe estava adesivada, colada. Disseram que ao tentar descolar, os berros do menino foram ouvidos dos corredores.

2 anos depois, o moleque estava no pré-primário e numa ida ao banheiro, encontrou com uma amiguinha saindo de lá. Ela sorriu dizendo a diferença de ambos na posição de urinar, mas que ainda assim deveriam limpar as partes.

Orgulhoso, ele disse que não fazia isso, porque tinha a cabeça feita. Ela arregalou os olhos e falou: “Deixa eu ver?”. Eles entraram no banheiro, e ela se encantou com aquele lustro todo. Não resistiu e deu um beijinho naquele brilho.

Pois é, o primeiro boquete a gente nunca esquece.