Independe
da idade, o homem também perde algo na sua primeira vez. Não consigo discernir
qual o momento menos cruel. Se você é criança é ruim, adulto então... Deveria
haver um psicólogo a isso.
Sim, daqueles que fazem o papel de pacificador a quem fará uma cirurgia bariátrica, haveria o Freud da fimose, sem trocadilho algum. Mas acaba sendo inevitável, você entra de um jeito e sai de cabeça feita.
Assunto
meio chato, porém um homem que não tenha passado por isso fica meio aquém do
símbolo fálico a que pertence. É
necessário, é vital.
E
o moleque tinha lá seus 4 anos. Soube que o pinto lhe seria escalpelado. Se
hoje quando se escuta isso o homem cruza as pernas, imagine uma criança engolir
isso tudo de modo tranquilo. Entretanto
ele engoliu aquilo com tamanha naturalidade que não pregou os olhos naquela
noite. Perguntou quando seria a operação. “Na quinta”, disse a mãe.
De
domingo até o dia da cirurgia, era comum toda manhã ele ir às 6h acordar a mãe
e perguntar: “Hoje é quinta?”. Enfim,
o dia chegou. Mostrou-se pronto. E quando viu, estava com o bilau de fora e com
uma roda de médicos em volta, brincando com ele. De repente tudo se apagou e,
quando acordou, estava com um tapa-sexo de gaze.
Dias
depois, quando voltou para fazer o curativo, a pele restante lhe estava
adesivada, colada. Disseram que ao tentar descolar, os berros do menino foram
ouvidos dos corredores.
2
anos depois, o moleque estava no pré-primário e numa ida ao banheiro, encontrou
com uma amiguinha saindo de lá. Ela sorriu dizendo a diferença
de ambos na posição de urinar, mas que ainda assim deveriam limpar as partes.
Orgulhoso,
ele disse que não fazia isso, porque tinha a cabeça feita. Ela arregalou os
olhos e falou: “Deixa eu ver?”. Eles
entraram no banheiro, e ela se encantou com aquele lustro todo. Não resistiu e
deu um beijinho naquele brilho.
Pois
é, o primeiro boquete a gente nunca esquece.